O estaleiro Arpoador, localizado no município de Guarujá (SP), está concluindo a entrega de uma embarcação para a Oceânica e já mira seus próximos passos. Além de ter como meta a entrega de um segundo navio para a Oceânica, a unidade já está em negociação com armadores para a construção de dois rebocadores e três navios do tipo SDSV (barco de apoio). O diretor comercial do Arpoador, Franco Netto, conta também que o estaleiro está ampliando seu foco de atuação. Inicialmente, a unidade trabalhava apenas no mercado de barcos de alumínio, mas a nova estratégia é também atuar com barcos de aço. “Nós vimos a necessidade de diversificar e por isso que entramos no mercado de aço. A gente está começando a entrar nesse segmento e também estamos buscando a especialização no setor de reparo naval”, acrescentou. Netto também afirmou que o estaleiro está atento às oportunidades que surgirão com a 14ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e que planeja aumentar a área construída de sua unidade no próximo ano.

Quais são os projetos em andamento do estaleiro Arpoador?

Atualmente, a gente está entregando um barco do tipo SDSV. Esta é uma embarcação de mergulho para águas rasas. É um projeto único e o primeiro do tipo sendo feito no Brasil. Não existe no mundo nada similar. É um navio com muita tecnologia embarcada. Ele tem, por exemplo, dois lançadores de ROV, um para 2.000m e outro para 300m. É um barco muito interessante. Estamos entregando um deste agora nessa semana para Oceânica e vamos entregar outro em novembro.

Além disso, estamos dando continuidade a quatro obras de barco UT 4000 para a BSCO. É uma embarcação para cargas líquidas e granéis. Ele serve para transportar óleo diesel, água potável e peças.

O estaleiro está em negociação para conseguir novos contratos? A 14ª rodada da ANP deve gerar novas oportunidades para o estaleiro?

Estamos em conversas com outros armadores para fazer dois rebocadores e três outros navios do tipo SDSV. Sobre o próximo leilão da ANP, sim, é claro que existem boas expectativas.

E quais são as perspectivas que o estaleiro tem para o médio e longo prazo?

Nós tínhamos uma especialização que era trabalhar com barcos de alumínio. Desde 2004 até agora só fizemos embarcações deste tipo. Mas nós vimos a necessidade de diversificar e por isso que entramos no mercado de aço. A gente está começando a entrar nesse segmento e também estamos buscando a especialização no setor de reparo naval.

Essa mudança de foco já começou, efetivamente?

Já começou. Inclusive, a gente está perto de fechar os nossos primeiros rebocadores. Começamos esse processo no ano passado. Durante 2015, a gente não teve nenhuma nova encomenda. Nós somente produzimos o que estava em carteira. Foi a partir de então que começou essa ampliação de horizonte da atuação do estaleiro.

O estaleiro pretende focar em óleo e gás ou quer ampliar seu foco de atuação?

Queremos ampliar, com certeza. Estamos de olho em outros mercados, porque a gente entende que o setor de óleo e gás já teve o seu auge. Agora, o número de embarcações vai ser menor do que o observado na última década. O mercado acomodou. É claro que vai ter retomada no próximo ano, mas será numa escala menor. O mercado de aço amplia muito nosso horizonte, porque poderemos entrar nos setores de apoio portuário e hidroviário.

A crise econômica chegou a afetar o estaleiro?

O que aconteceu conosco, e foi a nossa grande sorte, é que tínhamos uma carteira de nove barcos para construir quando essa grande crise começou. É uma carteira relativamente grande. Por isso, atravessamos bem esse período da crise. O mercado como um todo mudou muito. Acho que a partir do final de desse ano, a gente começa ter uma melhora no ambiente dos negócios.

Existem planos para expansão da unidade do Guarujá?

Lá nós temos 100 mil m² de área e ocupamos 30 mil m² de área construída. A nossa ideia é a ampliar em 20 mil m² a área construída no próximo ano. (Petronotícias)