A 50ª edição da Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios – Francal, que aconteceu entre os dias 16 e 19 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, destacou a força da indústria calçadista nacional. Com representantes da cadeia, fornecedores, indústria e varejo, o evento brindou os 50 anos de uma das mais tradicionais feiras calçadistas brasileiras e provocou uma reflexão sobre os atuais desafios do setor, que vão além da superação da crise atual, trazendo a necessidade da adaptação da cadeia para o atendimento de um novo tipo de consumidor.

O presidente da mostra, Abdala Jamil Abdala, ressaltou que a feira vem fazendo as adaptações demandadas pelo mercado, proporcionando uma experiência completa, que vai além dos negócios, com muito conteúdo e informação qualificada. “A feira é prova da força do setor, que mesmo diante das dificuldades do atual momento, tem buscado inovação e certamente irá apresentar o que de melhor temos na indústria de calçados e artefatos”, disse, acrescentando que o empresário, cada vez mais, percebe que é “hora de parar de reclamar e trabalhar pelo desenvolvimento do setor”.

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, acrescentou que a resistência do setor, mesmo em meio a uma brusca queda na demanda interna e as oscilações nas exportações, é prova da força de toda a cadeia coureiro-calçadista nacional. “Mesmo com todos os problemas de competitividade, estamos presentes em mais de 150 países”, avaliou. Segundo o executivo, existe uma expectativa de que a partir do segundo semestre, com as vendas das coleções de primavera-verão, a situação melhore para o segmento, que viu as vendas caírem tanto no mercado interno (-4%) como no externo (-6,7%) no primeiro semestre de 2018.

Klein ressaltou, ainda, que para vencer os desafios atuais da cadeia é preciso, num primeiro momento, reduzir os custos, sobrevivendo à crise. “Tempos atrás comemorávamos, aqui na Francal, um crescimento de 10% no varejo de calçados. Hoje estamos longe disso, então a indústria precisa entender que o momento é de segurar o caixa para, quando a economia estiver recomposta, passar a investir em inovação, tanto em produto quanto em modelos de negócios e processos”, conclui o dirigente, destacando o Future Footwear, programa que une as entidades representativas da cadeia e que tem por objetivo estimular a adoção dos conceitos da Indústria 4.0 na produção de calçados, além de novos modelos de negócios e produtos inovadores.

Houve outros pronunciamentos como do vice-presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Imad Esper, que falou sobre a importância da união de todos os elos da cadeia para a adaptação às exigências do mercado atual, especialmente com relação à atuação no canal omnichannel; do CEO da Usaflex, Sérgio Bocayuva, que destacou o crescimento dos canais monomarcas  e os desafios para o varejo multimarcas, que passam especialmente pelo treinamento dos vencedores para conceder uma experiência de compra satisfatória ao consumidor; do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Milton Killing; e do presidente da Associação Brasileira dos Representantes de Calçados (Abrecal), Paulo Schemes.