A Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgou no último dia 8 de janeiro o balanço do setor no ano passado. A entidade também apresentou as projeções para 2021, com previsão de alta de 25% na produção, de 15% nas vendas e de 9% nas exportações – índices ainda insuficientes para recuperar os patamares de 2019.

 

“Nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano, pois temos uma neblina à nossa frente desde março, quando começou a pandemia”, explicou Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade. “Infelizmente, observamos uma segunda onda de covid-19 em países do hemisfério norte, que parece ter chegado também ao Brasil. E sabemos que uma imunização pela vacina será um processo demorado, que tomará quase todo o ano, impedindo uma retomada mais rápida da nossa economia”.

 

O dirigente ainda acrescentou que a esses fatores somam-se “a pressão de custos, as necessidades urgentes de reformas e surpresas desagradáveis como o aumento do ICMS paulista, e temos diante de nós um quadro que ainda inspira muita cautela nas nossas previsões”.

2020 – O setor fechou o ano passado com quedas acentuadas, mas, segundo a entidade, não tão drásticas quanto se chegou a projetar no início da pandemia. “A grande injeção de recursos emergenciais na economia e a força do agronegócio ajudaram a amenizar as perdas do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceram fechadas”.

 

O setor produziu 2.014.055 veículos no ano passado, o que representa queda de 31,6%, deixando a indústria automobilística com uma ociosidade técnica de quase 3 milhões de unidades.

 

As vendas ao mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades, queda de 26,2%, recuando ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira. O segmento de caminhões, impulsionado pelo agronegócio e pelo crescimento do e-commerce, foi o que teve as menores perdas entre os autoveículos, com queda de 11,5% nos licenciamentos em relação a 2019.

 

As exportações somaram 324.330 de unidades, o pior resultado desde 2002, ou seja, um retrocesso de quase duas décadas. Em valores, a receita de US$ 7,4 bilhões foi menos da metade das vendas ao mercado externo em 2017 (US$ 15,9 bilhões).

 

Dezembro – De acordo com os dados da Anfavea, em dezembro foram registrados os melhores resultados do ano, quando se atingiu 243.967 unidades vendidas, com média diária de 11,6 mil unidades. Segundo a entidade, a produção de 209.296 unidades em dezembro foi uma boa surpresa, apesar de todos os desafios logísticos, das limitações de insumos e dos protocolos sanitários.

 

De acordo com Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, “a indústria fez um grande esforço para atender a demanda, trabalhando aos finais de semana e suspendendo parte das férias coletivas, mas entra em 2021 com os estoques mais baixos de sua história, suficientes apenas para 12 dias de vendas”. (Usinagem Brasil)

Crédito da foto: Jornal do Comércio