A multinacional suíça Sika vê com muito bons olhos o segmento industrial brasileiro, apesar dos desafios atuais da economia do país. Aqui no Brasil, a estratégia da companhia para os próximos anos será voltada ao lançamento de novos produtos e tecnologias para o nosso mercado. Para conhecer mais desse planejamento, conversaremos hoje (6) com o Target Market Manager Industry da empresa, Bruno Bonetti (foto), que revelou como será a atuação da Sika daqui em diante: “A introdução de novas tecnologias no nosso mercado é o grande foco da Sika para os próximos anos. Temos uma meta audaciosa de obter 20% do resultado da empresa com novos produtos. Isto traz muitos benefícios não somente para a Sika, mas para o desenvolvimento do mercado, como um todo”, afirmou. O executivo também contou um pouco como a empresa está avaliando as oportunidades nos segmentos de energias renováveis e naval – oferecendo soluções para os mercados solar e eólico; e também de olho nos negócios ligados ao nicho de embarcações de lazer. Já o Gerente Comercial da Sika, Marcelo Ming, trouxe uma perspectiva da companhia em relação ao setor de óleo e gás (O&G): “A Sika acredita que apesar da difícil conjuntura econômica de hoje, a queda do preço do barril, o impacto da pandemia e possíveis revisões no planejamento das petroleiras que poderão afetar essas projeções de investimento, haverá grandes oportunidades para a Sika tanto no mercado de manutenção como em novas plantas fabris”, declarou.
Para começar nossa entrevista, poderia contar aos nossos leitores sobre como tem sido a atuação da empresa no segmento de energias renováveis? Pode nos atualizar sobre os projetos/entregas nesse segmento?
O gerente comercial da Sika, Marcelo Ming
Bruno – A Sika possui forte presença nesse segmento, especialmente em energia eólica. Temos soluções desde a fundação da torre até a manufatura da pá. Além disso, contamos com uma linha exclusiva de reparo, com embalagens especiais para facilitar a aplicação do produto no parque eólico. Para conduzirmos este negócio, temos um time dedicado globalmente e também localmente para suportar nossos clientes e desenvolver soluções que atendam às exigências do mercado, nas mais diversas condições climáticas. Para o mercado de energia solar, a Sika tem desenvolvido adesivos para os mais diversos processos de fabricação. Temos adesivos monocomponentes e bi-componentes, com ótima adesão e excelente resistência aos raios UV.
Os mercados de energia solar e eólica têm crescido consideravelmente no Brasil nos últimos anos. Vocês já pensam em produzir novos produtos para esses segmentos? Poderiam compartilhar as novidades que estão sendo avaliadas internamente?
Bruno – O departamento global de P&D da Sika está sempre em busca de novas soluções para o mercado. Uma das principais necessidades do mercado é a disponibilidade de adesivos com longo tempo de trabalho e rápido tempo de cura. Isto permite que grandes peças possam ser confeccionadas dentro do tempo de processo necessário e ao mesmo tempo, também seja liberada no mais curto espaço de tempo, a fim de aumentar a produtividade. Além disso, os adesivos devem possuir cada vez mais elevadas resistências a intempéries, torções e fadiga, já que o tamanho dos equipamentos está aumentando consideravelmente nos últimos anos.
No mais, a Sika tem trabalhado forte também no desenvolvimento de coatings para uma proteção mais prolongada das partes, já que sofrem muito ataque do ambiente externo, como chuva, neve, erosão e até impactos de aves, por exemplo.
Qual será o planejamento da Sika para continuar crescendo e conquistando novos negócios dentro das energias renováveis?
Bruno – Recentemente, foi criada a posição estratégica de Regional Key Account Manager na região da América Latina para a condução desse segmento. Esta posição está sendo ocupada pelo Gil Bacellar, o qual tem como principal desafio, multiplicar as boas práticas e casos de sucesso realizados no Brasil para os nossos países vizinhos. Além disso, a introdução de novas tecnologias no nosso mercado é o grande foco da Sika para os próximos anos. Temos uma meta audaciosa de obter 20% do resultado da empresa com novos produtos. Isto traz muitos benefícios não somente para a Sika, mas para o desenvolvimento do mercado, como um todo.
Agora, gostaria de falar da atuação da empresa no setor náutico. O senhor pode nos contar como tem sido atualmente a participação da Sika nesse mercado?
Bruno – A Sika fornece adesivo para vedação e colagem de vidros, decks tanto exterior quanto interior, bem como sistemas acústicos para a fabricação e reparação de embarcações de lazer, embarcações comerciais e plataformas marítimas.
As nossas soluções de vedação e colagem elástica são projetadas levando em conta o ambiente náutico: resistência à água do mar, sol, produtos químicos de limpeza e envelhecimento. A Sika oferece uma gama de produtos para pisos, com diversos aspectos de nivelamento e alisamento, bem como a redução de ruído, vibração e proteção ao fogo, de modo a satisfazer os requisitos tanto dos proprietários de navios como dos órgãos reguladores.
A indústria naval brasileira tem passado por momento de baixa atualmente. Diante desse cenário, como vocês estão vendo as perspectivas de negócios nesse setor daqui em diante?
Bruno – Devido à falta de competitividade no setor, o Brasil tem perdido muitos projetos para outros países, especialmente para a China. Com isso, não enxergamos uma mudança radical em um curto prazo. Entretanto, o segmento tem apresentado bastante oportunidades para manutenções, já que temos um imenso território de atuação.
Na contramão disto, o segmento de embarcações de lazer está a todo vapor. O Brasil tem se tornado grande produtor e o mercado interno está bem aquecido. Os principais fabricantes estão trabalhando sem parar e este cenário deve se manter pelo menos por mais este ano.
Também seria interessante ouvir as considerações da Sika sobre o mercado brasileiro de óleo e gás. Poderiam compartilhar conosco os planos e possíveis novidades para esse segmento?
Marcelo – O Plano Decenal de Energia (PDE) traz ótimas perspectivas de investimento neste mercado brasileiro de óleo e gás com recorde de produção de petróleo até 2030, necessidade de instalação de novas plataformas nos próximos 10 anos e as promessas de privatização das refinarias e investimentos em novas refinarias. A Sika acredita que apesar da difícil conjuntura econômica de hoje, a queda do preço do barril, o impacto da pandemia e possíveis revisões no planejamento das petroleiras que poderão afetar essas projeções de investimento, haverá grandes oportunidades para a Sika tanto no mercado de manutenção como em novas plantas fabris.
A Sika tem hoje um portfólio de excelência com produtos e tecnologias de última geração para este setor tão exigente com destaque a linha de grautes e aditivos de altíssimo desempenho, adesivos epóxi para ancoragem de estrutura, linha de recuperação de estruturas com elevada performance e durabilidade e reforço de estrutura com fibra de carbono e uma linha completa de proteção de piso a base de epóxi, poliuretano e uretano. Essas tecnologias de ponta já estão disponíveis para o mercado interno, com muitos casos de sucesso ao longo destes anos neste segmento de Óleo e Gás. A Sika conta com uma equipe de técnicos altamente capacitados para auxiliar nas melhores especificações, buscando sempre o melhor custo benefício para os seus clientes e projetos.
Por fim, pode nos falar da perspectiva da Sika com o segmento industrial brasileiro? Qual será a importância do mercado brasileiro para a empresa nesse ano e nos próximos?
Bruno – O segmento industrial no Brasil vem enfrentando muitas dificuldades nos últimos anos devido a nossa instabilidade econômica e política. Para agravar a situação, a pandemia vem se mostrando cada vez mais permanente em nossas vidas, com perspectivas de se manter em um curto prazo. Mesmo assim, este segmento é de muita importância para Sika e temos investido muito nos últimos anos, com exploração de novos mercados e até mesmo novas aquisições de empresas. Não por acaso, a área de negócios industriais da Sika é uma das que mais cresceu no Brasil, mesmo com toda esta adversidade. Acreditamos que há ainda muito espaço para a introdução de novos produtos e tecnologias no Brasil e temos muita esperança que o nosso setor voltará a crescer nos próximos anos, gerando bastante empregos e oportunidades para novos negócios. (Petronotícias)