Dirigentes da Capes, CNPq, Fapesp e Finep falaram sobre programas já em andamento e desafios para inovar na Reunião Anual da SBPC

 

Dando continuidade à programação da SBPC Inovação, aconteceu na última terça-feira (14/7) a mesa redonda intitulada “Políticas e incentivos à inovação tecnológica nas instituições de Ciência e Tecnologia”, coordenada por Angela Maria Cohen Uller, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Participaram da mesa os presidentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Carlos Afonso Nobre; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich Guralnik; da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Celso Lafer; e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luis Manuel Rebelo Fernandes. O evento integra a programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até o próximo sábado no Campus São Carlos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Para Fernandes, Ciência e Tecnologia são fundamentais no processo de agregação de riqueza e valor de um país. O Presidente da Finep acredita que uma nova política deve se readequar a um contexto marcado pela globalização e pelas tecnologias de fronteira. “É essencial que se crie um ambiente propício ao fomento à inovação no Brasil”, destacou. O dirigente apontou que a Finep tem criado projetos com esse objetivo. “A Financiadora opera instrumentos, mecanismos, políticas e programas que perpassam toda a cadeia da aplicação do conhecimento em inovação.” Dentre os projetos citados se destaca o Inova Empresa. “É um programa que atende setores específicos na promoção do desenvolvimento do País. A política não pode ficar concentrada numa só ponta da cadeia de inovação”, ressaltou.
Chaimovich também citou os diversos programas criados com a colaboração do CNPq no fomento à inovação, com destaque para Agentes Locais de Inovação (ALI), Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), Ciência sem Fronteiras (CsF) e RHAE Pesquisador na Empresa. Lafer também enumerou programas que já estão em operação com apoio da Fapesp, como Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), Programa de Apoio à Propriedade Intelectual, Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) e programas ligados a parques tecnológicos.
Já Carlos Nobre apontou a importância de programas existentes na Capes em relação a um dos maiores desafios do País: melhorar a qualidade do ensino básico e a capacitação de professores. “Temos programas como o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) com o intuito de capacitar professores. São programas inovadores e com resultados em longo prazo”, informou. Nobre também citou programas atuais de incentivo à inovação científica e tecnológica criados pela Capes, como programas de bolsas no Brasil e no exterior e o Ciência sem Fronteiras em conjunto com o CNPq. “A Capes tem se esforçado em aumentar a cooperação internacional”, reforçou.
Lafer também acredita que essa colaboração entre os países é fundamental para o desenvolvimento do Brasil. “A internacionalização é essencial para se criar mecanismos de cooperação com diversas instituições do mundo. A atual geração do conhecimento demanda reciprocidade, interação e trabalho em escala internacional. Há, portanto, uma convergência entre o valor agregado do conhecimento e a inovação”, corroborou.
Na opinião de Chaimovich, para se criar inovação é preciso desenvolver programas transversais de ciência, tecnologia e inovação que atendam as necessidades estratégicas nacionais. Para consolidar a base científica e tecnológica no Brasil, o presidente do CNPq acredita que é preciso recuperar os fundos setoriais e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), opinião compartilhada pelo Presidente da Finep. Chaimovich também mencionou a importância de incluir parte da verba para ciência, tecnologia e inovação no fundo social do pré-sal, garantir programas de infraestrutura, ampliar o escopo dos INCTs, aumentar o alcance dos editais universais, incorporar novos cientistas aos sistemas de apoio a ciência, tecnologia e inovação e garantir a participação das Humanidades e Ciências Sociais.
Além dos desafios já mencionados, Luis Manuel Fernandes acredita que é preciso expandir a subvenção econômica como instrumento de promoção da inovação de maior risco e consolidar o patamar de crédito. “Também é necessário focar em uma reforma do Estado brasileiro para o fomento à inovação”, afirmou.
A SBPC Inovação é coordenada pela professora Ana Lúcia Vitale Torkomian, Diretora da Agência de Inovação da UFSCar. Confira a programação completa da em www.sbpc.ufscar.br.