O mercado doméstico brasileiro de aços planos enfrentou sua segunda semana de intensas negociações, mas os últimos níveis de preços podem marcar o pico, já que os compradores estão se tornando resistentes a novos aumentos.

De acordo com a S&P Global Platts, fornecedora líder global de preços, informações e análises de energia e commodities, distribuidores dizem que a queda nas compras no mercado é uma forma de pressionar as usinas a repensar os ajustes recentes.

“Não há espaço para aumentos de preços”, disse um distribuidor à Platts, citando o fechamento dos contratos de bobina a quente (BQ) a R$ 7.270 / mt e R$ 8.220 / mt para a bobina a frio (BF).

Fontes ouvidas pela Platts afirmam que, em breve, deve ocorrer um equilíbrio entre oferta e demanda de aço no país. Com relação à forte demanda por BQ, ela deve diminuir no mercado interno e aumentar as importações, com base no atual prêmio do material doméstico em relação ao estrangeiro.

De acordo com cálculos da Platts, a BQ brasileira estava com ágio de 18,6% em relação ao preço da BQ chinesa entregue nos portos brasileiros, a $ 1.153 / mt na semana encerrada em 11 de junho. O câmbio estava em $ 1 / R$ 5,12.

“Os compradores locais agora estão muito mais inclinados a comprar no exterior devido aos longos atrasos das usinas”, disse uma fonte à S&P Global Platts.

No Nordeste, fontes informaram à Platts que empresas que já têm acesso ao mercado internacional farão até pedidos de BQ, muito menos tradicionais por questões de certificação.

A S&P Global Platts avaliou em 11 de junho a BQ doméstica brasileira em R$ 7.000 / mt, excluindo impostos, inalterado na semana. Ele foi baseado em uma faixa de R$ 6.900-7.100 / mt. No acumulado do ano, a BQ doméstica brasileira cresceu 73,3% e 18,6% no mês. Nos últimos 12 meses, aumentou 172,4%, segundo dados da Platts.