As vendas realizadas pela indústria de bens de capital mecânicos em janeiro de 2018 registraram queda de 19,1%. Essa queda é justificada pela redução nas vendas para o mercado interno (-24,4%). Já na comparação interanual há uma queda menos intensa de 1,1%, reflexo da sazonalidade do setor no período. A receita líquida total de janeiro foi, ainda, 46% inferior ao resultado médio dos meses de janeiro no período pré-crise (2010-2013).
Historicamente, os meses de janeiro são os menores em quase todos os anos registrados. Em 2018 a receita foi de R$ 4,4 bilhões, ligeiramente abaixo da receita observada no mesmo mês de 2017. Com um crescimento observado a partir do segundo semestre de 2017, quando o setor registrou crescimento de 0,5% contra o mesmo período de 2016 e crescimento de 5,8% conta o primeiro semestre de 2017, acredita-se que 2018 poderá apresentar crescimento e encerrar o ciclo de 5 anos de queda consecutiva.
As importações de bens de capital mecânicos registraram crescimento de 17,1% no mês de janeiro de 2018. Em setembro de 2017, mês em que encerrou um ciclo de 14 meses consecutivos de reduções, as importações começaram a apresentar crescimento de forma mais intensa, mas ainda assim está longe de voltar a apresentar valores mensais assemelhados aos anos de 2011 a 2013. Em relação a janeiro de 2017, as importações apresentaram resultado superior em 10,5%.
O crescimento das importações no mês de janeiro de 2018 contra o mês imediatamente anterior foi observado em todos os segmentos importadores de bens de capital. Na comparação interanual, 4 segmentos importadores aumentaram suas compras externas, três deles são destaques em função de sua grande participação nos investimentos importados: máquinas para bens de consumo (37,5%), máquinas para logística e construção civil (54,4%) e máquinas para a indústria de transformação (26,1%). Apesar do expressivo crescimento em máquinas para petróleo e energia renovável, sua participação nas importações é de apenas 1%, portanto influencia pouco nas variações de bens de capital.
Em 2018, a principal origem das importações de máquinas e equipamentos continuou sendo a China, que apresentou participação de 18,7%. A Alemanha iniciou o ano na segunda colocação, acompanhando a China de perto. Os EUA, que perderam a hegemonia em exportações para o Brasil em 2017, iniciaram 2018 2,3% abaixo da Alemanha. Em peso, não houve alterações nas posições do ranking, a China continuou exportando o maior volume de máquinas e equipamentos para o Brasil.
O volume exportado de máquinas e equipamentos de janeiro de 2018 registrou queda em relação ao mês de dezembro (-11,7%). Mesmo com essa queda as vendas externas mantiveram o volume médio mensal dos anos de 2011 e 2012 de US$ 820 milhões. Na comparação interanual, o forte crescimento observado (+84,4%) é reflexo de um resultado de janeiro de 2017 muito baixo, o segundo pior mês de janeiro desde 2006. De forma geral, boa parte da melhora observada nos últimos meses das exportações pode ser explicado pelo crescimento da atividade econômica no mundo, e também pela fraca demanda interna que tem influenciado muitas empresas a manterem suas atividades produtivas nas exportações, ainda que, eventualmente, com rentabilidade reduzida em função do câmbio apreciado.
A queda mensal das exportações em janeiro ocorreu em quase todos os setores fabricantes de bens de capital mecânicos. Já na comparação interanual, contra janeiro de 2017, o crescimento foi generalizado, mas deve-se levar em consideração o baixo volume exportado naquele período (US$ 445 milhões).