Empresas e associações unem forças para impulsionar a logística reversa de geladeiras

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Dow, Akatu, Panasonic, Ecoassist e a ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos estão juntas na campanha ‘Reuse – o descarte correto é só o começo’. O objetivo é conscientizar o consumidor final e disponibilizar meios acessíveis para garantir a destinação ambientalmente correta de geladeiras, contribuindo para a circularidade e a sustentabilidade.

O relatório ‘The Global E-waste Monitor 2024’abre em uma nova guia, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), menciona que a geração mundial anual de resíduos eletrônicos aumentará cerca de 32% até 2030. De acordo com o documento, a quantidade crescerá em 2,6 milhões de toneladas anualmente, chegando a 82 milhões até 2030, o que representa um aumento de 33% em relação aos números de 2022. No entanto, o levantamento prevê uma queda na taxa de coleta e reciclagem, que deve passar de 22,3% em 2022 para 20% em 2030.

Iniciativas como a Campanha ‘Reuse – o descarte correto é só o começo’, uma parceria colaborativa entre Dow, Akatu, Panasonic e seus parceiros Ecoassist e a ABREE, são importantes para impulsionar a logística reversa de geladeiras, reduzindo o impacto ambiental e contribuindo para a sustentabilidade. Isso para evitar o possível impacto de que as substâncias contidas nos produtos se disseminem pelo solo, pela água ou pelo ar. Além disso, muitos materiais recicláveis, como espumas, metais, plásticos e vidros, podem ser reutilizados, economizando recursos naturais.

A Panasonic, empresa japonesa reconhecida por sua inovação tecnológica e comprometida com práticas sustentáveis, tem o ESG como um de seus pilares centrais. Entre suas iniciativas, a Campanha possibilita que os consumidores solicitem a coleta gratuita e o descarte correto de geladeiras usadas de qualquer marca em qualquer localidade do Brasil, por meio de agendamento que pode ser feito pelo site https://loja.panasonic.com.br/campanha-descarte-correto. Quem solicitar a coleta de sua geladeira usada também receberá até 20% de desconto, não cumulativo, para a compra de uma nova geladeira da Panasonic, exclusivamente no site oficial da marca. O desconto poderá ser utilizado em até 30 dias após o recebimento do voucher.

Até o momento, a iniciativa já resultou no atendimento a mais de 700 consumidores com o agendamento da coleta residencial e destinou para reciclagem mais de 460 geladeiras e cerca de 63% dos consumidores que participaram optaram pelo uso do cupom de desconto para aquisição de geladeiras mais eficientes, que economizam mais de 48% de energia1.

Como funciona o processo de logística reversa das geladeiras?

A primeira etapa é a coleta nas residências dos consumidores, realizada por meio de agendamento prévio. Em seguida, as geladeiras são armazenadas e agrupadas para otimizar o transporte e tornar a logística reversa mais eficiente. Depois, os refrigeradores são enviados para o processo de reciclagem em empresas especializadas em manufatura reversa, que cumprem as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse processo de armazenagem e transporte é realizado pela Ecoassist, empresa especializada em logística reversa e descarte ecológico.

Para Eber Souza, diretor-geral da Ecoassist, o transporte para os destinos adequados é um dos grandes obstáculos da logística reversa de equipamentos de grande porte. “Como fazemos a coleta em todo o território nacional, o nosso desafio é transportar esses materiais desde os pontos de coleta até as instalações de reciclagem. Essa parceria visa justamente reduzir esse gargalo, viabilizando que esses produtos retornem ao ciclo produtivo com mais eficiência”.

Outra fase é a separação, triagem, desmontagem, descaracterização e o processamento dos materiais presentes nas geladeiras, como plástico, alumínio, vidro, óleo, cobre, aço, espuma isolante térmica de poliuretano e a captação dos gases refrigerantes em empresas homologadas pela Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE). “Atualmente, contamos com diferentes empresas de manufatura reversa homologadas. Elas estão localizadas em diversos estados do país, viabilizando o tratamento adequado e sustentável dos resíduos eletrônicos”, informa Robson Esteves, presidente da ABREE.

O processo de reciclagem desses equipamentos exige procedimentos específicos devido à complexidade dos materiais e substâncias presentes em sua composição. Primeiramente, o fluido refrigerante é removido do compressor da geladeira, conhecido também como motor. Em seguida, o equipamento é triturado, separando os materiais sólidos dos gases presentes na espuma do sistema de isolamento térmico. Esses gases passam por um tratamento térmico, no qual são destruídos, gerando uma solução levemente ácida que pode ser reaproveitada pela indústria química. Por fim, os materiais recicláveis, como ferro, alumínio e cobre, entre outros, são separados e encaminhados para empresas especializadas na reutilização desses recursos, contribuindo para a economia circular.

Todo esse processo é certificado pela entidade gestora ABREE e contribui diretamente para a meta nacional do sistema de logística reversa, prevista no decreto federal 10.240/2020abre em uma nova guia. “Disponibilizamos às empresas associadas um certificado de conformidade ambiental para apresentação aos órgãos reguladores, caso necessário”, explica Esteves.

Pilar educação

Além da campanha para logística reversa de geladeiras usadas, o Instituto Akatu, ONG pioneira em consumo consciente e sustentabilidade, coordena a sensibilização de educadores e estudantes em escolas públicas de algumas cidades e as ações de comunicação da campanha para a população. A iniciativa conta com o apoio de secretarias de educação parceiras e têm o objetivo de ampliar o conhecimento e a mobilização da população sobre a gestão de resíduos, seus impactos para a sociedade e o meio ambiente, principalmente em relação às geladeiras. Até o momento, as atividades de educação alcançaram mais de 150 educadores e cerca de 4.500 estudantes de 38 escolas públicas nas cidades de Candeias (BA) e Extrema (MG).

Crédito da imagen: Research Gate