Alterações tributárias geram uma conjuntura ainda mais vantajosa para métodos inovadores, como o steel frame
Diante de um ano que tende a ser marcado pela alta taxa de juros, mudanças nas regras para o financiamento imobiliário e os primeiros impactos referentes à reforma tributária, a construção civil se vê numa posição de incertezas para 2025. Não à toa, dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projetam para uma expansão tímida para o setor neste ano, com uma taxa de crescimento de 2,3%.
De acordo com Fernando Scheffer, fundador da Espaço Smart, maior ecossistema de steel frame da América Latina, a alta carga tributária somada a escassez de mão de obra qualificada simbolizam barreiras significativas, que também devem ser agravadas pela elevação das taxas de juros, que podem superar os 14% até março. “Além disso, a redução da cota máxima de financiamento fornecida pela Caixa e a taxa Selic elevada acabam comprometendo o crédito imobiliário projetado para os próximos meses, dificultando a vida de quem pretende construir”, avalia.
Apesar dos desafios, nichos específicos do setor imobiliário podem encontrar oportunidades para crescimento. Na visão de Scheffer, é o caso dos métodos de construção industrializada, como o steel frame, que despontam como uma solução viável e atrativa dentro do mercado nacional, ganhando espaço como alternativa à alvenaria tradicional.
“Com a falta de mão de obra qualificada, veremos um aumento na procura por métodos industrializados. Isso porque, eles permitem maior agilidade na obra e reduzem erros e desperdícios no processo construtivo, além de demandar menos trabalhadores no canteiro de obras”, explica Scheffer.
A justificativa por trás disso está no fato dos métodos industrializados utilizarem materiais pré-fabricados, que chegam ao canteiro de obras prontos para montagem. Entre os exemplos mais comuns estão drywall, wood frame e steel frame. Além de acelerar os prazos de entrega, essas tecnologias são vistas como formas mais sustentáveis e eficientes para a construção da propriedade.
Ainda segundo o executivo, o processo migratório dos modelos construtivos tradicionais para os mais modernos se justifica pela busca do setor por inovação, redução de custos e soluções mais ecológicas. “O crescimento da demanda por steel frame e outros métodos industriais é um reflexo direto dos desafios que enfrentamos na alvenaria convencional. Essas técnicas trazem de vez a tecnologia ao canteiro de obras, atendendo à necessidade por uma maior eficiência”, pontua Scheffer.
Mais que isso, o executivo explica ainda que este movimento também pode ser visto por parte das grandes construtoras, que estão cada vez mais em busca de sustentabilidade, qualidade de vida, menos desperdício e mais agilidade nas obras. “As construções industrializadas são opção viáveis também para essas empresas uma vez que atendem às exigências do público relacionadas ao compromisso com as práticas de ESG, que tem se tornado mais frequentes no setor imobiliário e construtivo, principalmente no mercado de luxo”, conclui o executivo.