Por Destiny Bertucci, gerente técnica da SolarWinds

Há 40 mil anos, os humanos começaram a pintar nas paredes das cavernas. Avance uns 30 mil anos, e os primeiros egípcios começaram a usar imagens (hieróglifos) para criar scripts e registrar eventos. Alguns milhares de anos depois, começamos a dar nomes às constelações – representações imaginárias no céu com enredos para nos ajudar a lembrar-nos delas – e entalhamos essas histórias nas pedras, que se tornaram um modelo dos céus. Desde então, papel, caneta e agora ferramentas digitais vêm permitindo que inúmeras gerações documentem, descrevam e desenhem ideias, tanto em formas quanto em palavras.

O que esta pequena lição de história tem a ver com as redes?
Bem, ela ajuda a ilustrar que a essência de nosso ser é, na verdade, bastante visual. Entendemos ideias complexas mais claramente com diagramas, plantas, layouts e narrativas de ideias, protocolos e dispositivos com que trabalhamos no dia a dia. E o mais importante, isso leva ao meu ponto principal: as redes modernas precisam reformular a visualização

O que temos não é mais o suficiente
Com certeza, somos capazes de criar diagramas que nos permitem ver nossos caminhos de rede, mas o que temos não é o bastante. Para ajudar a realmente entender nossas redes e de fato aprimorar nossa capacidade de monitorá-las e gerenciá-las, seus dispositivos e tráfego precisam ser trazidos à vida em novas formas visuais.

Não acredita?Considere, por exemplo, as configurações de dispositivos. Quando configurada corretamente, uma pilha de switches deve formar um anel completo de parceiros de emparelhamento. No entanto, costumamos ligar esses dispositivos, conectá-los por cabos e então configurá-los, partindo da mera premissa de que estão funcionando corretamente. Pense na longevidade desses dispositivos à medida que as pessoas adicionam ou mudam cabos.

E se o cabo incorreto for removido? O que acontece se o encadeamento em série for quebrado?
Esses cenários podem causar um half-duplex ou, pior que isso, eliminar toda a redundância, o que pode resultar em tempo de inatividade inesperado. E se o dispositivo estiver localizado em um escritório remoto ou data center inacessível, onde não possa ser visto fisicamente? Como você pode estar 100% seguro de que ele continua configurado e conectado corretamente?

Além disso, considere as redes de protocolo Border Gateway (BGP). Seus diagramas, quando elaborados com abordagens tradicionais, são semelhantes a um emaranhado de conexões. Você sabe do que estou falando: o cenário “acho que eu estava bêbado quando projetei essa rede”. Sua vida não seria mais fácil se você pudesse ver claramente os caminhos de um dispositivo para outro? É claro que sim. Não deveria haver um meio de se aprofundar visualmente no caminho de um dispositivo e ver como o tráfego está se deslocando do ponto A para o ponto B, sem aquele emaranhado de conexões para atrapalhar? Sim, precisamos ver com muito mais simplicidade o que existe entre dois dispositivos, o caminho pelo qual o tráfego está fluindo e seu desempenho, sem pressuposições e sem nos perdermos durante o monitoramento.

Como outro exemplo, pense em dispositivos definidos por software, como Unified Computing Systems (UCSs), que compactam diferentes componentes de rede, como switches e blades reunidos em um único dispositivo. Ainda precisamos monitorar esses componentes individuais para saber como está o desempenho deles e quando aumentar a capacidade ou mudar a configuração. Conhecer nossas interconexões de fibra e saber qual está ativa e representada como switch A ou B nos permite verificar rapidamente a configuração, as interfaces e os blades. Solucionar problemas de um dispositivo assim quando seus componentes individuais estão visualmente representados implica em economia de tempo.

Não aceite o status quo
Muitas ferramentas de monitoramento de rede apresentam uma deficiência com a qual muitos administradores de rede já se conformaram: a falta de insights visuais que demonstrem a configuração correta dos dispositivos de rede, de acordo com o projeto e os protocolos em uso no dispositivo. Na verdade, saber em questão de segundos que um dispositivo está conectado e configurado corretamente por meio de informações visuais, em vez de ter que solucionar problemas ou pesquisar em diagramas de rede desatualizados, deveria ser um requisito básico de qualquer software de monitoramento de rede.

Deveríamos ser capazes de abrir uma página e ver que nossas pilhas de switches estão corretamente configuradas e dispostas em um círculo perfeito. Deveríamos ser capazes de ver que nossos caminhos entre localidades estão ativos e funcionando conforme o esperado. Deveríamos ser capazes de ver quais partes de nossas pilhas de switches são mestres ou escravos.
É pedir muito?

O novo parâmetro de comparação
Para concluir, a complexidade dos dispositivos com protocolos determinados por software e projetos de back-end criou uma nova necessidade – a visualização da rede é o parâmetro de comparação rumo ao qual todos deveríamos estar avançando. Pense em quanto tempo você poderia economizar na próxima vez que estivesse migrando dispositivos de um local para outro ou colocando novos dispositivos online se pudesse ver em sua tela que está pronto para começar a mexer nos cabos em vez de ter que verificar configurações e conexões manualmente? Pessoalmente, eu preferiria olhar para a minha tela e simplesmente dizer: “sim, agora entendi”.