Evitar o uso e a compra de materiais em excesso é fundamental para o bom funcionamento de uma obra, tendo em vista que essa ação afeta diretamente na lucratividade dos empreendedores, no valor final da construção, além de ser prejudicial ao meio ambiente. Esse ainda é um problema que afeta milhares de gestores e que, cada vez mais, busca-se alternativas para minimizá-los. Um estudo desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção Civil (ITQC), com 16 universidades em mais de 100 canteiros de obras de 12 estados do país, apontou que cada 1m² de construção demanda uma tonelada de materiais e cerca de 27% desse peso é gasto a mais do que o necessário – gerando, na maioria dos casos, entulhos.

Mas quando falamos de desperdício, não podemos nos referir apenas aos materiais que são descartados. Quando não existe o gerenciamento de tudo o que está acontecendo em um canteiro de obras pode-se enfrentar problemas com a presença de trabalhadores irregulares, excesso de pessoas em uma área sem demanda, ou até mesmo a paralisação de colaboradores por falta de materiais. Enfim, inúmeros problemas que acabam acarretando o desperdício de mão de obra, prejudicando a produtividade e gerando, em muitos casos, a necessidade de retrabalho. No entanto, já existem softwares que conseguem monitorar as etapas de uma obra, promovendo uma gestão colaborativa do projeto, auxiliando em tomadas de decisões mais ágeis, controle de segurança dos que transitam em uma obra e no monitoramento de insumos que serão utilizados por exemplo.

Segundo dados da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (ABRECON), o Brasil desperdiça cerca de oito bilhões de reais por ano por não reciclar os materiais adequadamente. Nesse sentido, a tecnologia passa a ser uma aliada essencial, visto que auxilia no planejamento de tudo que será utilizado e permite o acompanhamento remoto, evitando assim possíveis gargalos. Assim, os operários que estão na obra conseguem atualizar – por meio de dispositivos móveis – a situação da obra, mencionando o quanto de materiais já foi utilizado em determinada área, quais equipamentos estão sendo operados, ou quantas pessoas estão trabalhando, por exemplo, e os colaboradores que estão no escritório conseguem acompanhar, em tempo real, todo o andamento da obra. Desse modo, além da redução de materiais desnecessários que a gestão da obra proporciona, também há a redução de papéis, o que torna o processo ainda mais sustentável, sem falar na produtividade que aumenta consideravelmente.

Dessa forma, podemos dizer que o primeiro passo para o sucesso de uma obra com o mínimo possível de desperdício é o planejamento e, a partir de então, o acompanhamento e monitoramento de tudo o que acontece em seu redor. E, para que essas etapas sejam realizadas com eficiência e agilidade, nada melhor do que a utilização de tecnologias especializadas nesse setor para tornarem as atividades mais dinâmicas, com a minimização de erros e, consequentemente, a melhor qualidade nas entregas.

Hoje, muitas empresas já utilizam alguns modelos dessas soluções, mas a tendência é que esse tipo de ferramenta passe a ser fundamental para o desenvolvimento de qualquer empreendimento e que, com o passar dos anos, as tecnologias se adaptem às inovações e, cada vez mais, auxiliem as obras a serem mais sustentáveis, com menos desperdícios e melhor rentabilidade.

*Adriana Bombassaro é diretora de Produtos da Teclógica – Empresa de gestão de processos de TI e Negócios.