As últimas rodadas de leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) proporcionaram à Bacia de Campos um momento Fênix. Aos poucos os serviços vão sendo retomados, com boas perspectivas para 2019. A  cidade de Macaé, no Norte Fluminense, poderá voltar a ser chamada a capital do petróleo se esses contratos forem retomados. O Projeto Perspectivas do Petronoticias foi ouvir o consultor especial  Sebastião Braz para saber sua opinião sobre o que esperar para os próximos anos no segmento de petróleo.  Com uma experiência de mais de  20 anos de atuação neste mercado, sem contar uma carreira sólida de mais de 40 anos na engenharia, o executivo de óleo e gás, detalha suas expectativas e percepções sobre este novo momento que o Brasil está vivendo. Vamos saber o que ele pensa:

– Como analisa os acontecimentos em 2018 no seu setor?

Uma gestão desengessada das amarras do Estado vem reconduzindo a Petrobrás ao seu lugar no cenário global. Focada no resultado e na ética, a administração responsável vem apresentando um novo paradigma em busca da excelência. Entretanto, é necessário afrouxar o torniquete em relação ao preço contratado, para que não se perca o foco na busca da produção máxima, continuada e crescente. O processo de escolha de parceiros tem que ter seletividade, sem ser restritivo. O ponto de equilíbrio entre a performance de desempenho e o preço contratado precisa ser ajustado, equilibrado e atender às partes, de modo a permitir o mínimo de ajustes necessários. A Lava Jato vem cumprindo seu papel ao longo do tempo, produzindo, renovando e consolidando os ajustes de controles internos de compliance.

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

Em princípio deve estar na vitrine as reformas tributária, previdenciária e política. A reformulação passa por estas vertentes que se mostraram anseio de todos os setores construtivos da nação. Em 1985, vivemos no Brasil, com o fim do Governo Militar e a eleição do Tancredo Neves, momentos de grande expectativas. Um sentimento de esperança, confiança e mudanças impregnava o ar. Morreu Tancredo e uma elite política assumiu. Uma simbiose entre o Executivo e políticos inescrupulosos foi estabelecida, com vantagens cada vez maiores para os últimos, contando aí com esparsas exceções. Havia como pano de fundo a democracia. Políticos, com a ausência efetiva do poder judiciário e parte dos órgãos de fiscalização do executivo criaram uma organização em que a mistura do bem público com o privado (patrimonialismo) é a constante.

Hoje o ar está novamente impregnado de otimismo,
vislumbrando alternativa de mudança dos moldes até então paternalista e um nacionalismo já quase esquecido. Ordem e Progresso é a nova perspectiva nacional, motivada pela visão de um Estado em busca de novos desafios. A confiança nas instituições, os reparos das transgressões da última década e a reestruturação da máquina pública credenciará o país para ocupar o seu lugar no mundo globalizado. As reformas necessárias estão postas e o governo com a credibilidade emergida da urnas e o apoio cada vez maior da população saberá implementá-la se houver por parte dos eleitos, a dicotomia entre o público e o privado.

– O que espera do Governo Bolsonaro? Está pessimista ou otimista?

– O otimismo é a tônica do momento e vem se consolidando pela congruência no discurso pré e pós eleitoral. Os princípios básicos estão sendo mantidos em linha. A equipe, até então formada, em consonância com os critérios técnicos anunciados como condição de condução. Em princípio a assertiva da redução de Ministérios e, as indicações até então promovidas, demonstram que as mudanças estruturais necessárias e apontadas no resultado das urnas estão a caminho. Há pontos ainda não muito claros sobre determinados setores, mas que se obedecerem ao mesmo discurso e critério, deverá conduzir o país rumo a confiança econômica, de estabilidade, e de segurança jurídica. Neste contexto, considero que a Capa da Time irá se repetir:  “O BRASIL DECOLOU” . (Petronotícias)