Comercializadora afirma que iniciativas do governo atrasam expansão do setor
Depois de um forte período de crise, o setor de energia vive um cenário de sobreoferta resultado de diversos fatores. O principal deles: a recessão econômica vivida pelo país atualmente. O cenário de crise, intensificado em 2015, fez com que grandes fábricas se retirassem do país. Além disso, de acordo com Empresa de Pesquisa Energética (EPE),  houve queda geral no consumo em 2016 de 0,9% em virtude, principalmente, da desaceleração da indústria (-2,9%). O atraso em obras de usinas também tornou o problema maior: aliado à queda no consumo, usinas com obras que estavam em atraso iniciaram suas operações, ampliando a oferta de energia.

“Não é que sobra muita energia. Mas existe sim uma sobra de lastro de energia que não está sendo negociada. É uma energia que poderíamos estar exportando, por exemplo, mas o governo impede que seja feito invocando a ‘segurança energética’. Porém temos verificado uma queda significativa no consumo, o que não justifica segurar essa energia que está sobrando”, afirma Walfrido Avila, presidente da Tradener.

De acordo com ele, uma das soluções para este cenário é exportação para a Argentina, país com o qual o Brasil tem contrato vigente até 2018.  “Exportando nossa sobra de energia, por exemplo, poderíamos gerar para o país uma receita de quase R$ 300 milhões por mês. É uma receita que o Brasil deixa de receber porque o governo impede que a negociação seja feita”, ressalta o executivo.
Em virtude desses entraves, afirma Avila, o setor hoje está operando com o preço defasado em quase 100%. “Estamos perdendo oportunidades de negócios e de geração de receita para o país por causa de intervenções sem explicação”, diz. “E uma série de erros na gestão provoca custo mais elevado aos consumidores”, finaliza.

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