Consumo aparente nacional cresceu 3,5% em relação ao ano anterior

A Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim lança o estudo de “Estatísticas do Segmento de Colas, Adesivos e Selantes”. O documento, desenvolvido pela Equipe de Economia e Estatísticas (ECON) da Abiquim e que contou com o importante apoio da Comissão Setorial de Colas, Adesivos e Selantes e a Equipe de Economia e Estatísticas (ECON) da associação, apresenta o perfil estatístico do segmento e tem o objetivo de dimensionar o consumo brasileiro desses produtos, incluindo a parcela da demanda que é coberta por importações e exportações.

Conforme análise do consumo aparente nacional (CAN) apesar do agravamento e aprofundamento da crise econômica, política e financeira brasileira em 2015, houve elevação do CAN do segmento de colas, adesivos e selantes de 3,5% sobre o do ano anterior, diferentemente do que ocorreu com a indústria química como um todo, em que houve um recuo de 6,6% em 2015, comparativamente ao ano anterior. As parcelas que compõem o CAN tiveram os seguintes desempenhos: produção e exportações apresentaram crescimento expressivo, com taxas de 5,1% e de 10,7%, respectivamente, enquanto as importações recuaram 5,5%. Ou seja, houve elevação do share do produtor nacional em relação à demanda, na comparação com o produtor externo, representado pelas importações. Diferente da média da indústria química, cuja participação das importações é de cerca de 1/3 da demanda, o segmento de colas, adesivos e selantes tem uma participação de importados de 12% do mercado. A demanda total de produtos desse segmento está estimada em cerca de 380 mil toneladas.

O CAN de colas, adesivos e selantes cresceu em média 1,6% ao ano, já a produção doméstica subiu 1,4% ao ano. Como no restante da química, no segmento de colas, adesivos e selantes, as importações cresceram a uma taxa superior, de 3,6% ao ano. O total produzido pela amostra de empresas consultadas na pesquisa chegou a 255,4 mil toneladas, das quais a maior parcela, 60% do volume, refere-se ao grupo colas e adesivos base água, o grupo de selantes/mástiques representa 14% do volume total produzido, as colas base solvente tem 12% da produção, o hot-melt representa 10% enquanto as outras colas têm uma participação de 4% da produção.

Na produção total, em toneladas, por família de produtos tem destaque o desempenho das colas e adesivos base água, que tiveram uma evolução significativa, saltando de um volume de 97 mil toneladas produzidas em 2006 para 152 mil toneladas em 2015, crescimento de 57,6% de ponta a ponta, ou 5,2% ao ano, taxa expressiva para os padrões da indústria química.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, na medida em que se melhora o acesso das famílias menos favorecidas a bens e produtos mais elaborados também há um aumento da quantidade demandada de colas e adesivos, uma vez que o segmento está presente na base de inúmeras cadeias industriais, destacando-se automobilística, borrachas, calçados, construção civil, couro, descartáveis higiênicos, embalagens, fitas adesivas, gráfico, madeireiro, papel e celulose, dentre outras. “Há uma forte correlação da demanda de colas com o aumento da renda per capita da população brasileira e, consequentemente, do PIB. Vale ressaltar também a agregação de valor incorporada a esses produtos, não só relacionadas aos recursos naturais, como também de serviços e diferenciação de produtos que são ofertados pelas empresas aos consumidores”.

O segmento de colas, adesivos e selantes, é exemplo da importância de estimular a fabricação de produtos de maior valor agregado. “Além dos inúmeros benefícios já conhecidos, como empregos de elevada qualificação, P&D, impostos, etc., em tempos de crise, como o do ano passado, as colas, adesivos e selantes conseguiram manter um desempenho mais firme do que a média dos demais segmentos da química”, conclui Fátima.

As informações relativas à produção e às vendas (volumes e valores) foram compiladas por meio de consulta direta da Equipe de Economia e Estatísticas (ECON) da Abiquim junto às empresas fabricantes desses produtos e correspondem a cerca de 75% da produção nacional. O relatório traz também o acompanhamento das importações e exportações disponibilizadas pela Secretaria de Comércio Exterior, via consulta realizada ao Sistema Alice, lembrando que, neste caso, as informações referem-se ao total do País. As variáveis analisadas contemplam a evolução nos últimos 10 anos.