O futuro do transporte mundial parece estar definido e deverá ser através dos carros elétricos. Isso reduzirá consideravelmente nas próximas décadas os carros a combustão e consequentemente a queima de combustível fóssil, como o petróleo, poluente e finito. Entretanto, um outro complexo problema continuará existindo: os pneus. Mais do que produzir, o descarte de pneus é um problema, pois um pneu pode demorar 700 anos para se decompor na natureza.  Em 2016, foram 450 mil toneladas ou aproximadamente 91 milhões de unidades somente no Brasil, que precisaram de uma destinação correta. No mundo são 13,5 milhões de toneladas anualmente. Para solucionar o problema os principais fabricantes no Brasil criaram em 2007 a Reciclanip, entidade responsável por gerenciar os pneus inservíveis. Apesar de todos os esforços, parte deste material ainda vai parar nos mares, rios, em terrenos sem uso, causando doenças e poluição ambiental.

“Sustentabilidade é fundamental para o futuro do planeta e da economia mundial. A reciclagem de pneus via pirólise contribui com o meio ambiente, é sustentável e gera valor para os acionistas” revela Robson Freitas, CEO da BIO5.

A BIO5 está com sua primeira planta em construção em Cuiabá no estado de Mato Grosso e adquirindo os melhores equipamentos do mundo, que virão de países como China e EUA. Nesta primeira planta serão investidos R$ 100 milhões através do fundo de private equity DMI Group, para reciclar anualmente cerca de 20 mil toneladas de pneus inservíveis, o que representa 4% de todos os pneus descartados no país e equivalente a aproximadamente 4 milhões de unidades. Outras plantas estão previstas no país com um investimento de aproximadamente R$ 500 milhões para reciclar cerca de 20% de todos os pneus descartados no país. Atualmente no Brasil mais da metade dos pneus são descartados através da queima em fornos de cimenteiras.

A BIO5 implantará um processo considerado o mais eficaz e sustentável por especialistas globais, a pirólise, que através do calor realiza a decomposição química e as matérias são separadas e recuperadas para posterior utilização. Como não existe oxigênio no processo, não é emitido monóxido de carbono na atmosfera. Do processo de pirólise é extraído o aço, o negro de fumo, o gás e o óleo combustível. O negro de fumo, principal componente na fabricação da borracha, é também usado para pigmentação preta em geral, na produção de asfalto e confecção de tintas para impressora, por exemplo. “Neste processo de reciclagem de pneus evitamos que mais barris de petróleo sejam retirados da natureza, tornando-o mais sustentável que a simples queima dos pneus. Além disso, com o óleo produziremos energia elétrica para uso próprio e parte será disponibilizada para rede. A nossa planta será capaz de gerar energia elétrica suficiente para abastecer uma cidade de 28 mil habitantes”, finaliza Robson Freitas.