Depois de um longo período com poucos contratos em vista, agravado pela crise econômica e pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, a indústria de óleo e gás pode começar a ver uma nova esperança no horizonte. A Petrobrás deu um sinal positivo, durante evento que reuniu o presidente Aldemir Bendine e o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, nesta sexta-feira (31), e vai começar a rever o cadastro de fornecedores, com base em novos critérios de avaliação, para retomar o ritmo de contratações. A notícia pode dar um alento às perspectivas da economia brasileira para o segundo semestre do ano e representa uma nova fase da estatal, agora com seu plano de reestruturação e de atividade mais consolidado aparentemente.

A companhia diz ter tornado o processo de gestão de fornecedores mais rigoroso, com a exigência de informações detalhadas das empresas sobre estrutura, finanças, mecanismos de compliance (conformidade) e combate à fraude e à corrupção, entre outros itens, para passarem ao processo conhecido como Due Diligence de Integridade. Essa é a premissa que vai servir de apoio ao novo movimento, ampliando novamente o cadastro e os contratos com maior cuidado para não passar pelos mesmos problemas do passado.

“A companhia vem implementando ações para que apenas os fornecedores que comprovarem adotar medidas de conformidade e integridade sejam mantidos no cadastro da Petrobrás e possam participar de processos licitatórios”, afirmou a assessoria de imprensa da estatal.

Esse processo de revisão dos cadastros será iniciado com as empresas bloqueadas cautelarmente em função das evidências levantadas pelas investigações da Operação Lava Jato, o que já teve seus primeiros efeitos, com a liberação da TKK nos últimos dias.

Além disso, paralelamente serão avaliadas as empresas em processo de renovação ou em fase de inclusão no cadastro corporativo, sendo que os novos contratos serão assinados somente junto a fornecedores que tenham sido aprovados no novo modelo de análise de integridade. Isso inclui dar à Petrobrás a prerrogativa de realizar auditorias em seus padrões de integridade e de combate à fraude e à corrupção.

A Petrobrás também criou um novo canal de denúncias, que será monitorado por uma ouvidoria externa independente, ainda em fase de contratação, além de ter reformulado as comissões de auditoria internas e criado um Comitê de Correição, vinculado à Diretoria de Governança, Risco e Conformidade. O departamento será voltado a assegurar que as punições aplicadas contra os empregados dentro da companhia sejam adequadas à gravidade das irregularidades, além de punir gestores que deixem de apurar ou punir seus subordinados.

As decisões da empresa também passam a ter um maior caráter colegiado, a partir da limitação de decisões individuais em todos os níveis da companhia. Como parte disso, foram criados dois novos comitês (Estratégico e Financeiro), em adição aos três que já existiam (Auditoria; Segurança, Meio Ambiente e Saúde; e Remuneração e Sucessão), para assessorar o Conselho de Administração na apreciação de pautas, aprofundando a análise de todos os temas. (Petronotícias)