A Operação Reciclar esteve de volta à FEIPLASTIC, apresentando diversas aplicações do plástico reciclado em diversas indústrias. Um Corolla modelo 2018 estava estacionado ao lado do estande, por exemplo, apresentando tapete do assoalho fabricado com fibras PET oriundas de garrafas pós-consumo, e manta em polietileno (PE) reciclado, além de feltro fabricado a partir de sobras do próprio tapete, pela empresa Formtap. Já os para-choques do modelo da Toyota são fabricados a partir de polipropileno (PP) reciclado.
Entre outras tecnologias, estava exposta também a fabricação de filamento para impressão 3D a partir de reciclados (Print Green 3D) e operações como a “Jogue Limpo”, que trabalha a logística reversa específica para embalagens de óleos lubrificantes. Outro exemplo dentro de estande é a empresa Sinctronics, focada em reciclagem eletrônica. A companhia é especializada em desmontagem e reaproveitamento de materiais como cartuchos de impressora e outros plásticos aplicados em produtos eletrônicos. Os cartuchos podem se transformar em alças de maletas para notebooks. Outros plásticos, eventualmente contaminados dentro dos eletrônicos, podem ser utilizados na fabricação de madeira plástica ou pallets.
Os visitantes puderam também concorrer a uma bicicleta cujo corpo era composto de plástico reciclado, desenhada pelo artista plástico Juan Muzzi, a Muzzicycle, que é feita a partir de garrafas PET, e é leve e econômica. E, falando de plástico, o uruguaio radicado em São Paulo foi o criador da Molamania, a mola de plástico colorida que ainda hoje faz sucesso entre as crianças.
Além do espaço da Operação Reciclar em si, que teve curadoria da ABIPLAST, as empresas Wortex e Haitian fizeram, in loco, a reciclagem de resíduos plásticos. De acordo com a organização, esta atração da FEIPLASTIC atingiu 80% de satisfação dos visitantes.
Cartilha de Reciclabilidade
A Abiplast apresentou na Feira Internacional do Plástico uma cartilha de Reciclabilidade de Materiais Plásticos Pós-Consumo, “que aborda tecnicamente as possibilidades de reciclagem mecânica valorizando as alternativas propostas pelo conceito de design ecológico”. A assessora técnica da entidade Simone Carvalho lembrou que o plástico é um material 100% reciclável, podendo retornar à cadeia produtiva.
O chamado ecodesign tem por objetivo reduzir os impactos ambientais presentes em todo o ciclo de vida do plástico com a interação de aspectos ambientais ao desenvolvimento de produtos, processos ou serviços. Simone ressaltou que a cartilha esclarece sobre vários aspectos do processo de reciclagem e observou que o Brasil ainda precisa aprimorar a eficiência do descarte e da coleta dentro do ciclo da vida do plástico no meio ambiente.
De acordo com ela, há uma grande capacidade ociosa nas empresas recicladoras por motivos como: pouca matéria-prima para se reciclar, coleta seletiva precária (apenas 13% dos municípios do país possuem esse serviço) e falta de conhecimento dos catadores em classificar e separar os materiais por tipos de resina.