Decisão de compra passa por experiência digital, o que vai além da busca de dados. No Brasil, 71 milhões só navegam pelos smartphones
No dia 8 de janeiro de 2021, a General Motors (GM), dona da marca Chevrolet, anunciou que até 2025 deve lançar 30 novos carros elétricos em todo o mundo. De quebra, mudou seu logo. O anúncio veio dois dias depois da Fiat/Chrysler anunciar processo de fusão com a Peugeot/Citröen, criando mais uma gigante automotiva, a Stellantis. Em 2020, a fabricante chinesa BYD, focada em energias limpas e que tem entre seus produtos carros elétricos, teve suas ações valorizadas em cerca de 400%. Já a Tesla, pioneira no segmento, deve enfrentar diversos concorrentes a partir deste ano.
Essas são evidências de que o mercado automotivo se transforma como poucos, e de maneira tão acelerada que muitas companhias, atuais sinônimos de automóvel, já preferem ser chamadas de indústrias de mobilidade, não de fábricas de carros. Em comum, três certezas: redução de custos, apelo de sustentabilidade e aumento da concorrência. “Marcas não endêmicas, ou seja, aquelas que não começaram originalmente no segmento de energias limpas, vêm ganhando relevância. A adequação da comunicação dessa indústria, especialmente das empresas mais convencionais, é fundamental para sua competitividade”, explica Satye Inatomi, sócia da Jahe Marketing, companhia especializada em aceleração de negócios por meio de estratégias e execução de marketing sob medida.
“Hoje, raramente uma compra é efetuada sem pesquisas na internet. Por isso, é impossível estabelecer um plano de marketing sem dar prioridade ao ambiente digital, principalmente por meio de ferramentas para smartphones. Todas as mudanças impostas por 2020 apenas fortaleceram a decisão de compra que o consumidor faz longe das lojas. É a tendência away from bricks, close to clicks, ou seja, longe dos tijolos da loja física, e perto dos cliques e dos smartphones”, comenta. Para a especialista, a adaptação exige mudanças estruturais por parte dos mercados mas, uma vez estabelecidas essas estruturas, é possível cortar custos. “É mais fácil fazer anúncios e vender online. Se as indústrias estão enxugando custos e apostando em sustentabilidade, você pode fazer a mesma leitura nas lojas e concessionárias”.
Para chegar até lá, um dos primeiros itens da lista de adaptação é a maneira como se apresenta na internet. Ser relevante em motores de busca, como o Google, continua a ser peça-chave. Portanto, vale a pena investir em conteúdo adaptado para SEO, e dentro da sua página, uma navegação intuitiva, e que funcione bem nos celulares. “Para se ter uma ideia, de acordo com o Cetic.br, NIC.br e CGI.br, 71 milhões de brasileiros acessam a internet por meio exclusivo de celulares. É mais da metade dos 127 milhões de usuários de internet no Brasil”.
Outra solução prática são os marketplaces, que também têm sido utilizados como plataforma para compra e venda de automóveis, úteis não apenas para proprietários que procuram fazer negócio, mas também para lojas e comerciantes especializados em peças automotivas, outro nicho relevante para ser explorado.
Daqui para frente, o limite é a tecnologia
Não é segredo que além de entrarem na discussão sobre como enxergar os automóveis como serviço, e não somente como produto (você provavelmente conhece alguém que vendeu o carro e agora utiliza apps de corrida para se locomover) as grandes montadoras têm revolucionado a maneira como fabricam os automóveis. Seja a partir de novas tecnologias para carros elétricos ou para a criação de veículos autônomos. Não se trata de previsão, mas de realidade.
“Esse é um universo no qual o limite é a tecnologia, e o marketing também anda por essa trilha. Ações que envolvem realidade virtual, realidade aumentada também chamam atenção. É uma opção para mostrar aos clientes, mesmo sem sair de casa, o interior de veículos e como o automóvel anda nas ruas. Com a necessidade de distanciamento social ainda vigente, alternativas como essa devem ganhar mais espaço em 2021”, aponta a sócia da Jahe Marketing.
Fonte da imagem: discover-cee.com