Capacitação de ferramentarias nacionais é objetivo do projeto coordenado pelo IPT, com a participação de oito parceiros, entre ICTs e empresas

Para enfrentar o cenário atual de baixa competitividade tecnológica e econômica das ferramentarias nacionais, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está à frente de um projeto com a participação de mais três instituições de ciência e tecnologia, duas ferramentarias, uma empresa usuária de ferramental e duas montadoras.

O objetivo principal do projeto é capacitar as ferramentarias nacionais em projeto e fabricação de ferramentais, específicos para processamento de materiais compósitos estruturais por estampagem a quente, a fim de serem usados em aplicações automotivas de elevada cadência produtiva.

O projeto envolve recursos totais de R$ 8,6 milhões, dos quais o aporte da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP) é de R$ 5,6 milhões e a contrapartida econômica dos parceiros é de quase R$ 3 milhões, dentro do Programa ROTA 2030, Linha IV, Eixo III (Tecnologias Disruptivas).

Atualmente, o setor ferramenteiro nacional se depara com uma alta concorrência externa, principalmente quando se considera o mercado asiático, que possui empresas capazes de entregar ferramentais de alto valor agregado, com custos e prazos de entrega menores, quando comparados às empresas nacionais.

DESEMPENHO ESTRUTURAL – “Os materiais compósitos têm grande potencial para a redução de peso da estrutura final de um veículo. Pretende-se, assim, potencializar a competitividade da ferramentaria nacional em nível global neste tema disruptivo, que ainda está em estágio inicial em diversos grupos de pesquisa no mundo, principalmente considerando-se peças e componentes estruturais”, explica o gerente técnico do Laboratório de Estruturas Leves do IPT e coordenador do projeto, Alessandro Guimarães.

Os materiais compósitos atendem a altos requisitos mecânicos, o que pode implicar um alto impacto na indústria automotiva no contexto de novos materiais e eficiência energética, principalmente quando o foco de aplicação são os veículos de carga (caminhões).

Em função da dimensão deste desafio, o projeto de 36 meses é desenvolvido por uma rede de profissionais de quatro institutos de ciência e tecnologia (o IPT, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, a Universidade Estadual Paulista – UNESP e a Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP), duas ferramentarias (FHS e Stampway), uma empresa usuária de ferramental (Maxion Structural Components) e duas montadoras, a Iveco Latin America (veículos pesados) e a Stellantis Brasil (veículos de passeio).