No dia 30 de julho, a Abeeólica – Associação Brasileira de Energia Eólica realizou, em São Paulo, SP, o 4º Encontro de Negócios Abeeólica, que teve a abertura com Elbia Gannoum, presidente da entidade.

Roberto Zurli, diretor da área de infraestrutura e insumos básicos do BNDES e um dos palestrantes (sua palestra abordou o tema Visão macroeconômica de investimentos e atratividade no Brasil) , falou da grande atratividade da indústria eólica. Mencionou que, em função das perspectivas de retomada dos números de crescimento do país, o que demandará mais energia, estima-se um significativo crescimento do setor eólico. Este crescimento trará junto os desafios da expansão da capacidade com ganhos de eficiência e ampliação do financiamento privado de longo prazo. “É grande a importância da indústria eólica para o Brasil”, disse Zurli. Ainda segundo diretor, de todas as fontes de energia renovável, a eólica é a que terá maior crescimento, com perspectiva que, em 2018, 10,4% da nossa energia seja de fonte eólica e, em 2023, 11,4%. Segundo a Abeeólica, a energia eólica atende cerca de 2,5% da carga brasileira (dados de 2014) e, segundo a CCEE-Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, é hoje a quarta fonte de energia mais importante da matriz, superando óleo e biocombustíveis. Segundo o palestrante, a energia eólica é a segunda energia mais apoiada pelo BNDES, só perdendo para as hidrelétricas, com menor quantidade de projetos, mas com maior envergadura.

Também do BNDES, Juliana Santos da Cruz (Superintendência de Operações Indiretas) demonstrou o funcionamento do Finame para o mercado de energia eólica, explicando sua meta e histórico de ações. Explicou que, de acordo com a PNP-Política de Nacionalização Progressiva, trabalha-se para o aumento progressivo do conteúdo local dos aerogeradores e informou que, até o final do ano, todos os fabricantes credenciados estarão produzindo suas máquinas com o conteúdo próximo ao exigido pela lei. Os itens considerados no momento são o cubo, pás, torre e nacele. Juliana disse que, através do BNDES, o Finame objetiva incentivar a competitividade do setor, com apoio financeiro à cadeia produtiva (modernizações e novas instalações), apoio financeiro a centros de tecnologia e laboratório de teste e apoio financeiro às exportações.

Também participou do evento Agnes Costa, assessora especial do Ministério de Minas e Energia, que abordou o tema Operação de Fundo de Investimentos dos Contratos da Chesf com grandes consumidores. Agnes explicou o funcionamento do FRN – Fundo de Energia do Nordeste, que viabiliza novos investimentos em energia (nos estados do Nordeste e também em outros estados, de acordo com os critérios deste Fundo).

Delfim Netto, palestrante especial do evento, em sua palestra Crise econômica e oportunidades de investimentos – Perspectivas de curto e médio prazo, mostrou a evolução nas fontes de energia. “Vamos ter que renovar as fontes de energia”, destacou. Mostrou que, no período 2014-2025, os custos de geração de eletricidade a partir de tecnologias renováveis igualam-se aos custos das energias não-renováveis e que o Brasil crescerá muito mais do que a média mundial na geração de eletricidade com fontes renováveis. Em relação à economia, enfatizou que o aumento do PIB só ocorrerá com o aumento dos investimentos por parte do Governo e com o crescimento das exportações. “E isso, com certeza, vai acontecer na indústria de energia eólica.”

Dentre várias outras palestras, Victor Miranda, da Usiminas, contou que a empresa, além de ter capacidade para fornecer para a indústria eólica, alterou seu sistema de trabalho para poder atender bem, uma vez que esta indústria tem solicitações totalmente diferentes dos demais clientes da empresa. “Começamos a trabalhar com o contrato de fornecimento anual, chapas com superfície premium, entregas com um número exato de peças (e não por volume, como para os demais setores atendidos), assistência técnica disponível continuamente (com corpo técnico dedicado ao mercado eólico), atuação técnica para desenvolvimento de materiais visando maior produtividade, assistência do setor tributário, flexibilidade do setor financeiro, entre outros itens.