O próximo Café da Manhã já está confirmado para 30 de março com apresentação inédita dos resultados de pesquisa da Maxiquim.

 

Diante de todas as incertezas que rondam este início de ano, a ABIEF entendeu que discutir temas como inovação, tecnologia e sustentabilidade pode ser uma forma positiva de amainar os anseios e direcionar os esforços em prol da expansão do setor de embalagens plásticas flexíveis. Assim, a entidade elegeu estes temas como pilares de seus Cafés da Manhã durante todo o ano de 2017.

O primeiro deles, realizado no final de fevereiro, deu o pontapé inicial nas discussões. Como pontuou Cesar Dumont, da Braskem, na abertura do evento: “entendemos as dificuldades da indústria de transformação e por isso continuamos acreditando e apoiando integralmente suas ações, seja individualmente, suportando os clientes diretos da Braskem, ou via uma entidade forte e participativa como a ABIEF”.

Dumont ressaltou ainda que a crise não afetou apenas a indústria de transformação. Em 2016, a demanda de PE (polietileno) registrou uma queda de 3%, com 2,6 milhões de toneladas comercializadas. Deste total, os flexíveis responderam por cerca de 63% do mercado. “Ou seja, estamos falando de um setor de extrema relevância para a Braskem.”

Cláudia Madrid Cappra, também da Braskem, enfatizou em sua apresentação a necessidade de toda a cadeia se preocupar com sustentabilidade. “Este é um assunto corporativo e social e permeia os pilares da Braskem que são sobreviver, crescer e perpetuar.” Ela defende ainda que é preciso desmistificar a imagem do plástico como vilão do meio ambiente. “Apenas 13,5% dos resíduos sólidos urbanos são plástico; o maior volume – 51,4% – é material orgânico.”

Cappra estima que neste cenário, os bioplásticos terão um avanço significativo. Em 2014 a sua produção girava em torno de 1,7 milhão de tonelada; já em 2019 este número deve atingir 7,85 milhões de toneladas, tendo como principais mercados Ásia e América do Norte.

E um dos pontos mais bem avaliados na questão da sustentabilidade hoje é a pegada da CO2. “Hoje fala-se muito do ciclo de vida do produto e o PE verde, por exemplo, tem uma captura de CO2 bastante interessante. Para cada tonelada de plástico comum é emitida 1,83 tonelada de CO2; no caso do PE verde, cada tonelada captura 2,78 toneladas de CO2.”

Outro dado interessante é que em cada hectare de terra são produzidas entre 71 e 80 toneladas de cana-de-açúcar. Esse volume permite produzir 6.700 litros de etanol e 3 toneladas de eteno verde. Hoje o PE verde utiliza apenas 2% da produção brasileira de etanol, ou seja, 0,02% das terras aráveis do país.

A reciclagem é outra linha de ação da Braskem e, por isso, a empresa lançou a plataforma Wecycle, cuja base é a valorização dos resíduos plásticos, melhorando a vida das pessoas a partir de soluções sustentáveis da química e do plástico. “Esta plataforma tem quatro objetivos: fomentar negócios e iniciativas, valorizar a imagem do plástico, reforçar o compromisso da Braskem com inovação e tecnologia para a sustentabilidade e desenvolver soluções, produtos e processos”, explica Márcia Cappra.

Entre os negócios desenvolvidos na plataforma Wecycle, Cappra citou a parceria com o Starbucks para o desenvolvimento de um produto a partir de resíduos plásticos gerados em suas lojas. Foi identificada a oportunidade de se produzir lixeiras com os copos descartados nas lojas (PP), borra de café e PE verde. As lixeiras já estão nas novas lojas Starbucks no Brasil.

 

Um novo passo em impressão

 O processo de impressão de uma embalagem também tem um peso significativo na sustentabilidade do negócio de transformação, segundo abordagem de Odair Cardoso, da área Comercial da Feva. Uma das pioneiras na fabricação de impressoras flexográficas no país, a empresa sempre buscou a vanguarda tecnológica como diferencial. E os números do mercado provaram que esta aposta não estava errada.

Cardoso estima que o crescimento do sistema flexo varie entre 7% e 10% ao ano nos últimos anos, em detrimento da queda da rotogravura e off set. “E isto, fundamentalmente, por conta do avanço da tecnologia, cuja próxima onda é o sistema gear less.” Embora a novidade seja considerada uma revolução, os equipamentos gear less têm um market share ainda reduzido – entre 5% e 8%. Os pontos fortes da nova tecnologia são a redução drástica do tempo de set up do equipamento (2 horas contra 15 minutos) e a alta velocidade de produção.

Contudo, o alto custo ainda é uma barreira no Brasil. Por isso, a FEVA desenvolveu um sistema híbrido, com CNC (comando numérico computadorizado), a chamada linha HighFlex. “Neste caso, o tempo de set up é 20% menor que o de um equipamento convencional e seu preço é entre 30% e 40% inferior ao de uma gear less.

A velocidade de impressão varia entre 250 e 300 metros/minuto contra 400 metros/minuto em uma gear less. “Apostamos que em pouco tempo os equipamentos híbridos deterão entre 50% e 60% do mercado nacional”, celebra Cardoso. A Feva oferece ainda a linha Evoluflex que é uma impressora flexográfica com CNC, mas preparada para fazer um up grade para o sistema gear less.