O governador Marconi Perillo dedicou a agenda de trabalho da missão comercial à Europa, nesta segunda-feira, dia 19, em Berlim, a reuniões com autoridades e empresários do setor logístico da Alemanha. Ele apresentou as oportunidades, obras e projetos de Goiás no setor e ouviu manifestações de interesse dos alemães pela proposta de implantação da Ferrovia Brasília-Goiânia, pela utilização da Plataforma Logística Multimodal e do Aeroporto de Cargas de Anápolis para o intercâmbio comercial entre Brasil e Alemanha.

Os alemães receberam o governador e auxiliares da comitiva do Governo de Goiás no Ministério de Transportes e Infraestrutura Digital e detalharam a proposta de fazer da Alemanha um portão de entrada dos produtos goianos para todo o mercado europeu. O ministro de Transportes e Infraestrutura Digital, Michael Odenwald, determinou, a partir da explanação do governador, que a pasta inclua Goiás no Congresso de Segurança de Transportes que a Alemanha realizará no Brasil nos próximos meses.

Oportunidades
Por sugestão do governador, a Federação da Indústria do Estado de Goiás (Fieg) vai promover um encontro empresários goianos e alemães para a discussão de oportunidades de investimento. A agenda, ainda a ser detalhada, vai incluir a intermediação do governador de Goiás junto às federações industriais de Goiás e do Brasil para criação de uma Aliança Nacional de Logística.

Marconi relatou seu permanente contato com os alemães, desde que presidiu, já em seu primeiro mandato à frente do Governo de Goiás (1999-2002), o Encontro de Comércio Bilateral Brasil-Alemanha. O governador trabalha agora para que Goiás volte a sediar uma nova rodada de encontros, considerando que o Estado avançou muito neste período, multiplicando em vinte vezes sua balança comercial e sua capacidade exportadora e em dez vezes o seu Produto Interno Bruto (PIB) desde 1999.

A Alemanha construiu uma aliança em torno da infraestrutura que foi capaz de qualificar o País e torná-lo o mais competitivo da Europa. Assim como no caso de Goiás no Brasil, a Alemanha é centro logístico da Europa, uma espécie de caminho obrigatório para o trânsito de pessoas, serviços e mercadorias no continente. A Aliança Logística da Alemanha se deu com a junção dos setores público e privado, com resultados que movimentam boa parte da economia mundial através da Europa.

Inovação tecnológica
A novidade deste modelo está na centralização das demandas de logística de forma a localizar os melhores e mais capacitados parceiros públicos ou privados capazes de atender às necessidades de cada setor. Marconi trouxe convites aos empresários alemães para investimentos em Goiás, especialmente no ritmo do que chamou de “audacioso projeto de inovação tecnológica”.

Para o governador, “é o momento de maiores oportunidades de investimentos estrangeiros no País”, citando projetos como a Ferrovia Goiânia-Brasília, de média velocidade, a Plataforma Logística Multimodal e o Aeroporto de Cargas de Anápolis. Marconi também mencionou as oportunidades de investimentos em concessões ferroviárias, rodovias, aeroportos e investimentos na verticalização da produção.

Ele explicou que a proposta inicial de implantação da ferrovia previa a instalação de um trem de alta velocidade, mas que o amadurecimento das discussões em torno de sua viabilidade resultou na opção por um projeto de média velocidade. Ele explicou que essa proposta já está em fase de licitação para concessão ao setor privado. O governador observou que a Ferrovia Brasília-Goiânia tem gerado grande interesse entre investidores do setor logístico nacional e estrangeiro, especialmente depois que a proposta de construção do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo esfriou.

União de interesses
Ele incentivou a ampliação da parceria para inclusão de outros investimentos concretos das empresas de logística alemãs nas demandas de Goiás. Ficou acertada a visita do Ministro de Infraestrutura da Alemanha a Goiás, já em novembro, com o objetivo de unir interesses em logística tanto dos goianos, que desejam entrar na Europa, como dos alemães interessados no mercado brasileiro através de Goiás.

Marconi saiu do encontro convencido de que o Brasil precisa seguir o exemplo alemão e construir uma aliança logística nacional. Ele disse que levará a sugestão às Federação das Indústrias no Brasil e se ofereceu para servir de intermediário de aproximação com a Federação Alemã troca de experiências e sintonização de interesses. Acompanhado da embaixadora brasileira, Maria Luiza Viotti, Marconi se reuniu com o secretário de Estado de Economia e Energia, Mathias Machnig e o diretor de Política Externa do Ministério da Economia e Energia, Knut Brunjes. (Goiás Agora)