A Alstom, grupo industrial francês responsável por boa parte da frota dos metrôs de São Paulo e do Rio de Janeiro, anunciou que o Coralia iLint, primeiro trem de passageiros movido a hidrogênio do mundo, entrará em operação comercial na Alemanha em dezembro. Embora muitos trens do país europeu já sejam elétricos, quatro mil locomotivas à diesel ainda são usadas – a substituição gradual desses veículos é o último passo rumo à meta de zerar as emissões de CO2 no sistema ferroviário.

Os trens vão rodar na linha Bremerhaven-Buxtehude, um trajeto não eletrificado de 75 km que hoje é operado pela versão poluente do trem: o LINT 41, sem a letra “i”. Buxtehude é uma cidade próxima de Hamburgo, na foz do rio Elba. Bremerhaven, por sua vez, fica mais a oeste, perto da fronteira com a Holanda. Em 14 de março, o trem atingiu 80 km/h em uma pista de testes em Salzgitter, também na Alemanha. Após o teste bem-sucedido, o próximo passo é levá-lo à velocidade máxima de 140 km/h em um circuito em Velim, na República Tcheca. Segundo o jornal alemão Die Welt, no segundo semestre deste ano o governo alemão entrará na reta final da aprovação do trem.

O iLint tem um tanque de hidrogênio e uma célula de combustível no teto. O elemento químico, que é o mais leve da tabela periódica, entra em combustão em contato com o oxigênio e libera energia. Do escapamento, só sai vapor de água – H2O. Mais inocente, impossível. O hidrogênio que será usado para abastecer a composição virá de indústrias que já produzem o elemento como resíduo de suas operações normalmente.

O combustível do trem, ao contrário do anunciado em jornais estrangeiros, não é água. A água é um produto da combustão do hidrogênio, como você pode verificar na equação abaixo – que pode trazer à tona seus traumas de ensino médio. A união de duas moléculas de H2 com uma de O2 libera H2O e a energia que tira o trem do lugar. Assim, a água é produto de uma explosão, e não algo que pode explodir. (Super Interessante)