O ano de 2017 deve ser de retomada gradual da economia e de crescimento efetivo, porém moderado, principalmente a partir do segundo semestre. A opinião é do presidente da Abimóvel – Associação Brasileira do Mobiliário, Daniel Lutz, que esteve presente no primeiro dia de abertura da Movelpar – Feira de Móveis do Paraná, que aconteceu em março, em Arapongas, PR. Segundo ele, o posicionamento da indústria tem sido de cautela devido às dificuldades que o segmento enfrentou nos últimos anos, mas os indicadores do setor permitem projetar a retomada do crescimento.

“Em 2016/2015 tivemos um decréscimo da produção em cerca de -7,7%, mas para o período 2017/2016 a previsão é de 2,2% de crescimento no país. Se observarmos a exportação devemos crescer neste ano aproximadamente 5,0% no Brasil; o consumo aparente foi de -8,4% em 2015/2016 e está estimado em 1,6% em 2017/2016, o que significa produzir 427.748 milhões de peças”, destacou.

De acordo com Lutz, os efeitos de um ano com desaceleração nos negócios e decréscimo produtivo impactaram todos os setores produtivos e, em especial, todos os elos da cadeia moveleira. “O setor moveleiro passou por um processo de reposicionamento em que as indústrias procuraram um equilíbrio diante de um mercado interno de retração, forçando as empresas a buscar alternativas na redução de custos com maior eficiência, tanto na gestão como em processos. Tudo isso sem abrir mão de fabricar produtos com qualidade e valor agregado”, afirmou.

Contudo, a entidade avalia que o ano de 2017 será ainda difícil. “Diante de um cenário de incertezas e projeções de crescimento para o segundo semestre, o posicionamento da indústria tem sido de cautela. Por isso, independente do contexto externo, para mudarmos a atual realidade do setor é preciso que as empresas foquem cada vez mais nos seus negócios e continuem investindo em inovação e diferencias para os produtos, agregando valor aos itens que oferecem ao mercado”, salientou.

Sobre as exportações, o presidente da Abimóvel diz que continuará sendo uma estratégia para as empresas do setor. “Há um cenário positivo e ao mesmo tempo desafiador para as empresas que já estão na exportação desde que o dólar se recupere e permaneça no patamar de R$ 3,60. O mercado externo exige uma equipe de exportação bem estruturada, investimentos permanentes e escolhas de nichos de mercado de acordo com os produtos e a vocação das empresas”, disse Lutz. (Estadão)