A Petrobras concluiu em julho a perfuração de um poço no campo de Sururu, e descobriu a maior coluna de óleo já encontrada no pré-sal da Bacia de Santos. Segundo a diretora de exploração e produção da companhia, Solange Guedes, durante a perfuração foi identificada uma coluna de óleo de 530 metros. Para efeitos de comparação, a média dos cinco poços do pré-sal com maiores colunas de óleo é de 436 metros.

 

Sobre o cronograma de novos projetos no pré-sal, o diretor de desenvolvimento da produção e tecnologia da Petrobras, Hugo Repsold Junior, disse que três plataformas – P-67 (Lula Norte), P-75 (Búzios) e P-69 (Lula Extremo Sul) – devem iniciar a produção ainda no terceiro trimestre. A P-76, por sua vez, deve sair do estaleiro no quarto trimestre, rumo ao campo de Búzios.

 

De acordo com Solange, a produção de petróleo da Petrobras em campos nacionais segue em linha com a meta estabelecida para 2018, de 2,1 milhões de barris diários.

 

A produção total de óleo e gás da companhia, no Brasil e no exterior, no primeiro semestre somou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia, com queda de 4% ante o observado em igual período do ano passado. Segundo ela, o recuo reflete, por exemplo, os efeitos dos desinvestimentos nos campos de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos, e Roncador, na Bacia de Campos, “mas dentro do planejado para o ano” afirmou.

 

A estatal prevê um crescimento forte da produção de petróleo e gás natural no quarto trimestre deste ano. “Temos expectativa de acréscimo de produção relevante no segundo semestre. A expectativa é que tenhamos um crescimento da produção forte notadamente no quarto trimestre”, disse Solange.

 

A executiva reafirmou que estão mantidas as metas de produção total de óleo e gás da empresa, de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia, e de produção de petróleo em campos nacionais, de 2,1 milhões de barris diários, para este ano. Sobre a estimativa para 2019, a companhia informou que os números estão sendo fechados nos ajustes do plano de negócios 2019-2023.

 

Cessão onerosa

 

Segundo o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, não há, no momento, qualquer decisão da companhia com relação à venda de 70% de sua participação na cessão onerosa. Segundo ele, esta é uma opção, mas não há nenhuma decisão sobre o tema. Essa possibilidade depende de aprovação de projeto de lei sobre o assunto no Senado. “Temos que aguardar o resultado final”, afirmou.

 

Em julho, a Câmara dos Deputados concluiu votação do projeto que permite à Petrobras transferir, para outras empresas, até 70% dos direitos de exploração de cinco bilhões de barris de petróleo, por meio do chamado acordo de cessão onerosa. .

 

O acordo de cessão onerosa foi fechado pela Petrobras com a União em 2010 e permitiu à estatal explorar cinco bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos (SP), sem licitação. Em troca, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões.

 

Entretanto, nos anos seguintes, a cotação do barril de petróleo caiu muito, devido à tensões geopolíticas, e cautela quanto ao desempenho da economia. Por isso, a Petrobras alega que pagou à União um valor muito alto no acordo de 2010, e agora reivindica ter direito de ser ressarcida. (Valor Econômico)