Apesar da redução de mercado no segmento de veículos e implementos, a Randon S.A Implementos e Participações concluiu o primeiro trimestre de 2016 com número estável de pedidos de semirreboques em carteira, ainda que não seja possível afirmar esta estabilidade como tendência. A área ferroviária, por sua vez, continua em alta, apontando boas perspectivas para o ano e equilibrando a balança no segmento de Veículos e Implementos.

A receita bruta total, com impostos e antes da consolidação, atingiu R$ 1,0 bilhão no 1T2016 ou 2,6% superior ao mesmo período do ano anterior (R$ 994,7 milhões). A receita líquida consolidada somou R$ 734,6 milhões, ficando 5,4% maior do que o mesmo trimestre de 2015. As vendas consolidadas para o mercado externo, no 1T2016, totalizaram US$ 32,2 milhões ou queda de 19,1% no período, quando as exportações das Empresas Randon representaram 16,6% da receita líquida consolidada de janeiro a março, contra 16,7%, no mesmo período de 2015. Os negócios com o continente africano tiveram queda de 6% em relação ao 1T2015 em função da desvalorização do petróleo, fato que tem reduzido o nível de suas importações, sendo priorizada a importação de itens de primeira necessidade, como alimentação e medicamentos.

“Os ajustes conduzidos pela Companhia, ao longo de 2015 e nos primeiros meses deste ano, começaram a mostrar resultados. Com uma empresa mais enxuta e adequada à nova realidade, já se constata a melhoria dos resultados operacionais, redução de despesas e do endividamento”, observa Geraldo Santa Catharina, diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Ele lembra que os ajustes incluíram, entre outros, a paralisação, em 23 de março, da atividade fabril da controlada Randon Implementos para o Transporte Ltda., sediada em Guarulhos, São Paulo, e que estava em operação desde 1965.

Nas autopeças, a Randon tem explorado com maior intensidade as oportunidades de negócios no mercado externo, utilizando canais já consolidados no exterior para expandir volumes e portfólio. O 1T16 começa a refletir algumas dessas iniciativas, que devem ter um impacto mais positivo ao longo dos próximos trimestres. Já os volumes de reposição continuam em ascendência. “Para continuar neste caminho de melhoria é fundamental manter os esforços em todas as frentes, em uma reinvenção constante”, alerta o diretor, lembrando que o êxito de 2016 depende da continuidade nas ações já iniciadas, que farão com que a Companhia se fortaleça e se prepare para o futuro.

Veículos e Implementos – O cenário de baixa demanda do setor de transportes continua influenciando de maneira negativa os volumes de produção e vendas de caminhões e de veículos rebocados. No 1T2016, foram vendidos 2.303 implementos rodoviários, 11,6% superior ao 1T2015. Ainda que tenha sido superior ao mesmo período do ano passado, o volume foi 20,5% menor que o do 4T2015.

A competição no segmento continua agressiva em algumas famílias de produtos e a pouca atratividade nos financiamentos de máquinas e implementos – que passaram a utilizar juros da modalidade TJLP, menos atrativos se comparados ao Finame PSI – reduziram ainda mais o fôlego de um segmento já fragilizado.

Esses fatores, aliados a uma economia enfraquecida, reforçam os sinais que o mercado total em 2016 deverá ser menor do que o de 2015. O fato positivo para a Randon é a manutenção do número de implementos vendidos mensalmente, um sinal importante de que possivelmente a empresa tenha atingido o limite mínimo de demanda.

Vagões Ferroviários – Consolidada como um importante “player” na produção de vagões ferroviários no Brasil, a Randon vem atendendo a um mercado ferroviário demandante, apesar de um cenário econômico desfavorável. Confirmando o bom desempenho do segmento, o 1T2016 encerrou com a entrega de 726 vagões, (com crescimento de 79,7% em relação ao mesmo período de 2015). A carteira de produtos e as novas negociações em andamento indicam boas perspectivas para o ano corrente.

Autopeças – Para enfrentar e se fortalecer na crise, algumas estratégias devem ser estabelecidas, principalmente objetivando melhorias operacionais, redução de custos e exploração de novas oportunidades de negócio e receita. A controlada Fras-le, que já vinha apresentando bom desempenho, manteve seu volume de produção praticamente estável no 1T2016, comparado ao 4T2015, enquanto as demais empresas tiveram performance incremental, com destaque para o aumento nas vendas de sistemas de freios. Também é positiva a expectativa com relação aos negócios de reposição. (Mecânica de Comunicação)