Na semana em que acontece a 21ª Conferência do Clima da ONU, Abiquim lembra as soluções que a química pode apresentar para mitigar as mudanças climáticas.

Nessa segunda-feira, 30 de novembro, teve início a COP 21 – Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, que acontece em Paris até 11 de dezembro. Realizada todos os anos, a conferência debate os impactos das alterações climáticas e, nesta edição, os países integrantes negociarão um novo acordo que valerá a partir de 2020. Neste cenário, a Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química analisa que a indústria química é parte essencial no desenvolvimento de soluções alternativas para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e adaptação às mudanças climáticas de todos os setores envolvidos na sua cadeia de produção e distribuição.

O Brasil possui uma vantagem comparativa em relação a outros países: a utilização da biomassa e biocombustíveis. O País tem se empenhado no desenvolvimento da bioeconomia e no estabelecimento de biorrefinarias em escalas comerciais, por motivos que variam desde a sua grande biodiversidade até a sua agricultura avançada. Mas, na opinião do presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, ainda são necessários grandes investimentos, públicos e privados, de forma coordenada, para que estas vantagens comparativas se tornem vantagens competitivas para o País.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2030 a bioeconomia deverá envolver três elementos: conhecimento avançado da genética e processos celulares complexos, utilização da biomassa e a integração das aplicações da biotecnologia em todos os setores.

Considerado esses elementos, a gerente de Inovação e Sustentabilidade da Abiquim, Mariana Doria, analisa que o Brasil tem diferenciais capazes de colocá-lo como uma potência mundial da economia de baixo carbono. “A matriz energética brasileira é mais limpa do que a média mundial. Além disso, a produtividade da biomassa, matéria-prima renovável que pode ser utilizada para a produção de químicos, materiais, energia e combustíveis, no Brasil também é superior à da maioria dos países. Esses dois insumos podem trazer oportunidades para a indústria local, mas são necessárias políticas públicas para que novos investimentos, novas formas de cooperação e novos modelos de negócios sejam viabilizados”, afirma Mariana.

A indústria química brasileira tem seu programa de sustentabilidade implementado desde 1992. O programa voluntário Atuação Responsável® objetiva a melhoria contínua em saúde, segurança, meio ambiente e eficiência energética. Entre outros indicadores, a Abiquim acompanha a intensidade de emissões de gases do efeito estufa, e reduziu esse índice em mais de 50% por tonelada produzida, entre 2006 e 2013.

Porém, além das reduções comprovadas na própria indústria química, as soluções que os produtos da química levam à cadeia, até os produtos finais, é que são a maior contribuição que a inovação na química pode oferecer. Como exemplo, pode-se citar a substituição de materiais por peças mais leves, o aumento na eficiência de baterias de carros elétricos e a redução do consumo de energia por edificações contendo isolantes térmicos. Essas inovações são alguns dos benefícios que podem ser alcançados por meio da química, em prol da redução das emissões de GEE.

No dia 11 de dezembro, durante a 20ª edição do Encontro Anual da Indústria Química – ENAIQ 2015, o professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Sérgio Besserman Vianna, realizará uma palestra sobre a importância da sustentabilidade para o negócio da indústria química. As contribuições das inovações para a cadeia serão também debatidas na mesa “Soluções da química para um futuro sustentável”, com representantes do setor automobilístico, da construção civil e de alimentos. Para saber mais sobre o 20º ENAIQ, acesse enaiq.org.br