Apesar de forte desvalorização do real frente ao dólar, preços de importados continuam em alta

As importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 3,9 bilhões em julho, aumento de 6,6% em relação ao mês de junho, sendo verificados aumentos dos valores e dos volumes praticados em comparação a qualquer um dos meses do primeiro semestre de 2015. Esses mesmos indicativos de compras externas no mês de julho, entretanto, acusam níveis significativamente inferiores (redução de 9,8% em valor importado e de 11,3% em volume) aos números registrados no mesmo mês do ano de 2014. Já as exportações, alcançaram, em julho, praticamente US$ 1,3 bilhão, o que representa um aumento de 9,5% frente a junho, mas retração de 12,7% frente a julho de 2014.

No acumulado deste ano, entre janeiro e julho, as compras externas alcançaram US$ 22,8 bilhões, o que representa redução de 10,7% em relação ao mesmo período de 2014. O volume de importações, de 19,1 milhões de toneladas, é 12,9% menor, na mesma comparação. As exportações, por sua vez, somaram US$ 7,6 bilhões, queda de 8,4% em relação ao mesmo período de 2014, apesar do aumento de 4,1% nos volumes exportados, que foram superiores a 9 milhões de toneladas.

Com esses resultados, o déficit na balança comercial de produtos químicos chegou, até julho, à marca de US$ 15,2 bilhões, uma retração de 11,8% em relação ao mesmo período de 2014. Nos últimos 12 meses, de agosto de 2014 a julho deste ano, o déficit comercial atingiu a marca de US$ 29,2 bilhões, sendo observadas consecutivamente reduções desse indicador desde o final de 2014, quando o déficit em produtos químicos foi de US$ 31,2 bilhões.

“No mês de julho, indiscutivelmente, se registraram os resultados mais significativos do fluxo de comércio exterior, em produtos químicos, desde o início do ano. Apesar da forte desvalorização do real frente ao dólar nos últimos meses, os preços médios das importações de produtos químicos continuam em alta e os atuais termos de troca das exportações estão abaixo de níveis necessários para garantir condições comerciais sustentáveis no médio prazo”, destaca Denise Naranjo, diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim.

Já de acordo com o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, os números da balança comercial demonstram ser imprescindível diminuir a dependência brasileira por produtos importados e a vulnerabilidade de toda a indústria a preços e à disponibilidade externa de matérias-primas, fundamentais para diversas cadeias de agregação de valor. “Entendemos que a efetivação de investimentos produtivos no País é definitivamente o caminho para a redução da dependência externa brasileira por produtos químicos. Nesse sentido, é imperativo que se implemente, de imediato, uma Política Industrial convergente à agenda competitiva setorial e condizente com os resultados do Estudo de Diversificação da Indústria Química, recentemente divulgados pelo próprio BNDES”, acrescenta Figueiredo.