Apesar da instabilidade política e econômica brasileira, a indústria náutica aponta casos de crescimento, como o da fabricante de iates de luxo Azimut Yachts, com unidade produtiva no país desde 2010, e que faz parte do Grupo global Azimut-Benetti, reconhecido este ano em Cannes, como Estaleiro do Ano pelo modelo de gestão estratégica com foco em inovações e qualidade nos produtos. O Grupo, que completa 50 anos de história no próximo ano, também é líder mundial em fabricação de iates de luxo do mundo pelo 18º ano consecutivo (Global Order Book 2018/Show Boats International).

Mesmo com estratégias também relacionadas a exportações para manter a produtividade em alta, as vendas de iates de alto luxo no Brasil vêm se desenvolvendo. Exemplo é a embarcação de quase 19 metros de comprimento, Azimut 62, lançada há menos de um mês durante salão náutico na capital paulista. Com 3 suítes, mais de 150 m2 de área útil e interiores sofisticados assinados por um dos maiores arquitetos de luxo do mundo, o italiano Achille Salvagni, o iate começou a ser produzido no início deste ano. Desde então, a elegante “casa sobre as águas” já tem 15 encomendas apenas para clientes nacionais e internacionais.

No último ano náutico, de setembro de 2017 a setembro de 2018, a empresa registrou um salto de 20% em valor de produção e vendas. No Brasil, as metas de vendas tanto para barcos aos clientes nacionais quanto aos internacionais, foram atingidas 3 meses antes do fechamento do calendário náutico, superando a marca de 40 embarcações no período.

“A fábrica da Azimut Yachts do Brasil é um exemplo de que a produtividade se mantém em constante crescimento, justificados pelos números de evolução da empresa. Uma gestão estratégica, visão de longo prazo e foco em trazer tendências ao mercado náutico Brasil, nos aproximar cada vez mais de nossos clientes e altíssima qualidade têm gerado resultados bastante satisfatórios. Chegamos ao Brasil em 2010 e desde lá foram mais de 300 iates fabricados neste território. Pretendemos reforçar cada vez mais nossa presença industrial trazendo constantes novidades ao país e contribuindo com o desenvolvimento de uma economia, a náutica, de grande potencial e que gera reflexos bastante positivos a vários setores”, diz o CEO da Azimut Yachts Davide Breviglieri.

Para se ter uma ideia, atualmente, 30% da matéria prima utilizada na construção dos iates em território nacional, e que segue rigorosamente os padrões da matriz italiana, é fornecida por empresas do Brasil, especialmente fibra de vidro, teca e inox. Além dos mais de 400 colaboradores diretos, 150 fornecedores são envolvidos no processo, além de 300 empresas brasileiras ligadas a assistência técnica, serviços e pós-vendas dos iates da marca.

Mesmo em períodos de insegurança econômica, desde 2015, a fábrica brasileira da Azimut Yachts registrou um crescimento de 40% em termos de produção. Nos primeiros anos de operação no Brasil, a fábrica tinha uma participação produtiva na casa dos 8% para a linha de “Yachts” do Grupo Azimut-Benetti, da qual pertence. Atualmente a participação já está em 12% e a expetativa é atingir 15% nos próximos anos.

Além do bom desempenho com vendas no Brasil, se mantém aquecidas as negociações dos barcos fabricados aqui com o mercado internacional, especialmente aos Estados Unidos. Neste último ano náutico, de setembro de 2017 a setembro de 2018, quase 50% da produção no Brasil foi direcionada ao exterior e, dessa fatia, cerca de 90% foram exportações aos Estados Unidos. A filial brasileira também já começou a abrir outros mercados com vendas realizadas para os Emirados Árabes e Europa. A comercialização para outros países da América Latina também apontou crescimento com encomendas já feitas especialmente para o Paraguai e Colômbia.

Além do modelo de gestão, a justificativa dessa aceitação cada vez mais expressiva também se refere ao fato da filial produtiva brasileira acompanhar a evolução da matriz global, localizada na Itália. A gama de produtos fabricados no Brasil, que foi completamente renovada em 2018, segue os mesmos padrões italianos e acompanha sua evolução, com uma média de dois lançamentos anuais no país.