Um encontro para discutir inovações, sustentabilidade e tendências nos rótulos para embalagem sob a perspectiva da cadeia de valor aconteceu na sede da Dow, em São Paulo. O evento foi realizado pela companhia química e a Quimicryl em parceria com Bo Paper, TuboLeve e Ahlstrom Munksjö, e contou com a presença de mais 90 profissionais do setor que buscam conhecer as mais modernas e melhores práticas no setor de rotulagem.

O coordenador do Comitê de Assuntos Estratégicos da ABRE, Fábio Mestriner, foi um dos participantes e comentou sobre tendências e a importância da embalagem como uma forma de mídia e a exploração adequada desse canal para o aumento das vendas. “De todos os lançamentos efetivados no Brasil, 80% desaparecem em até dois anos. O principal motivo do fracasso, com 52%, é o marketing insuficiente; o segundo é a falta de inovação, com 48%. A embalagem pode ajudar muito nesses quesitos, fazendo a marca a diferenciar de um produto na sua categoria, baseando-se na percepção de valor do consumidor e no que ele deseja ou necessita”, explica Mestriner.

Destaques do evento

Pesquisa realizada com consumidores de café sobre o que gostariam de ver informado na embalagem revelou que mais de 70% queriam ter informações sobre a origem e procedência do grão e mais de 40% tinham interesse de receber dicas e curiosidades. Dessa forma, fica evidente a importância dos autoadesivos. Esse mercado produziu 48.6 bilhões de m2 em 2016 e tem muito potencial na América Latina, que representa apenas 4% desse valor.

Joanna Giovanoli, gerente de Marketing da Dow para as Américas, conta que sustentabilidade, inovação guiada por custos e novas aplicações são as principais tendências para esse mercado. “Dentre os maiores pedidos dos nossos clientes estão laminados que possam enfrentar as mais desafiadoras condições de conversão, como velocidade de conversão e de etiquetagem; redução da dependência da platina; diminuição da espessura de materiais como silicone, adesivos e facestock; mudança para papéis mais finos e menos refinados como substratos da base de liberação, além de crescimento da impressão digital para etiquetas.”

O mesmo tem sido visto pela Quimicryl, desenvolvedora de adesivos, que tem trabalhado na criação de soluções mais sustentáveis e modernas para atender os desafios atuais. “Temos recebido demandas por produtos mais amigáveis ao meio ambiente, que tragam mais segurança no manuseio e atendam as novas legislações, além de aplicações em base água e sem solvente, tendência que deve aumentar ainda mais até 2020”, conta Cláudia Fernandes, diretora de marketing da Quimicryl.

No Grupo Boticário, a inovação vai além das formulações e passa também pelas embalagens. “Utilizamos metodologias inovadoras que capturam as características dos consumidores como subsídio para desenvolvimento de nossos produtos. Mapeamos suas necessidades, desejos e principais atributos na linguagem dos consumidores”, contou Diogo Yano, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento de Embalagens do Grupo. “Engajamos os consumidores e a cadeia no ciclo de vida dos produtos e na economia circular e desenvolvemos tecnologias e novos materiais que habilitem melhores soluções dos pontos de vista ambiental e social”, completou Flávia Lopes, pesquisadora de Embalagens no Grupo Boticário.

Além disso, foram apresentados avanços tecnológicos com o objetivo de ampliar a inovação e competitividade da indústria, além de apresentar tendências ao falar sobre mercados ainda pouco explorados no Brasil. O Label Day garantiu a oportunidade para que os participantes pudessem compartilhar informações e boas práticas de empresas que estão inspiradas em criar modelos de negócios mais sustentáveis e inovadores nesse setor.

Gestão de resíduos

E como a sustentabilidade é um tema cada vez mais recorrente, há uma preocupação e uma necessidade de gerir corretamente o resíduo do liner. A recicladora Polpel disponibiliza ao mercado uma solução limpa e ecologicamente correta para esse material, utilizando um processo de reciclagem que não prejudica o meio ambiente. Por meio de um equipamento chamado Hidrapulper o material é transformado em polpa celulósica. “O rendimento da polpa é compatível às melhores aparas existentes e comparável à própria celulose virgem. O desfibramento e refino da celulose são químicos, evitando maiores perdas de comprimento e eficiência das fibras”, explica Ailton Alves, sócio-diretor da Polpel. “A polpa celulósica é branqueada, semi-depurada e refinada, com baixíssimo teor de pintas, impurezas e cargas minerais.”