Diante de um contexto internacional favorável, onde se prevê um crescimento da economia global da ordem de 3,4% este ano, as previsões para a indústria de embalagens plásticas flexíveis são igualmente positivas. Segundo pesquisa Maxiquim, exclusiva para a ABIEF, o setor deve encerrar o ano com alta de consumo em praticamente todos as indústrias demandantes de embalagens, tendo os setores industrial e de descartáveis (varejo) como carro chefe.

Em 2017, o desempenho dos principais mercados para embalagens plásticas flexíveis já foi positivo. Alimentos, bebidas e industrial registraram aumento de consumo desta embalagem da ordem de, respectivamente, 0,8%, 0,8% e 2,5%. Mas a vedete do ano passado foi o agronegócio que consumiu 13% a mais de embalagens flexíveis que em 2016. Solange Stumpf, da Maxiquim, prevê que a demanda de embalagens flexíveis em 2018 supere as 1.908 mil toneladas registradas em 2017.

Embora a produção de embalagens plásticas flexíveis em 2017 tenha sido 4% superior à do ano anterior, o faturamento teve uma variação real de -2,6%, fechando em R$ 19,7 bilhões. De todas as embalagens produzidas em 2017, 49% delas utilizaram o PEBDL (polietileno linear de baixa densidade) como matéria-prima. A segunda resina mais consumida no ano pelo setor foi PEBD (polietileno de baixa densidade) 23%, seguida por PP (polipropileno), 18% e PEAD (polietileno de alta densidade), 10%.

Outra boa notícia é que o setor de flexíveis continua mantendo um desempenho superior ao dos transformados plásticos em geral. Enquanto a produção do setor cresceu os 4% citados, a de transformados em geral registrou alta de 2,5% em 2017. Nesse mesmo ano, a participação de flexíveis no montante de plásticos transformados foi de 30%.

A balança comercial do setor de flexíveis também se manteve positiva em toneladas: em 2017 foram exportadas 96 mil toneladas de embalagens flexíveis, contra 59 mil toneladas importadas. Contudo, ainda houve um descompasso de 6% no faturamento: o setor faturou US$ 214 milhões com as exportações, mas amargou importações da ordem de US$ 220 milhões. Mas se compararmos a balança comercial dos flexíveis com a dos transformados plásticos em geral, o resultado do setor é bastante animador. Em 2017 foram importadas 624 mil toneladas de transformados plásticos em geral contra uma exportação de 256 mil toneladas.

Solange, da Maxiquim, faz um outro alerta que pode afetar as boas previsões de 2018: “Sabe-se que o fornecimento local de nafta continua perdendo participação para as importações, mas ainda representa uma importante fonte de matéria-prima para os crackers. Mais refino, ou retorno da gasolina para a nafta, ajudaria, mas dificilmente seria suficiente”.

E completa: “Neste contexto, a Braskem segue no caminho da diversificação de matérias-primas. Não apenas por uma questão de custos, mas também pela falta de alternativas”. O certo é que a indústria petroquímica brasileira já vive um novo cenário competitivo, onde os principais drivers são o preço do petróleo, o câmbio e os preços internacionais. Assim, é possível prever que a indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis terá um mercado crescente e um ambiente de negócios mais favorável a investimentos, após três anos de estagnação.

Outros pontos positivos neste cenário é que a economia norte-americana está sendo alavancada pelo corte nos impostos e pelo aumento dos gastos do governo; a China está crescendo menos, mas ainda assim acima das expectativas; e os demais países asiáticos continuarão puxando o crescimento global nos próximos anos.

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, desenvolvimento de negócios e estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também é editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, como a ABIEF e a WPO (Organização Mundial de Embalagem). (Abief)