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Índice, no entanto, é 8% menor do que o desempenho no mesmo período de 2014. Anamaco espera fechar o ano com retração de 5%

 

As vendas de material de construção tiveram crescimento de 8% em outubro, na comparação com setembro. O desempenho, no entanto, ficou 8% abaixo do registrado no mesmo período de 2014.

Os dados são do estudo mensal realizado pelo Instituto de Pesquisas da Anamaco com o apoio da Abrafati, Instituto Crisotila Brasil, Anfacer e Siamfesp. O levantamento ouviu 530 lojistas das cinco regiões do país entre os dias 27 e 30 de outubro e a margem de erro é de 4,3%.

Segundo o levantamento, as lojas de porte médio e grande foram as que registraram os melhores resultados no mês (12% e 13%, respectivamente). Já os pequenos estabelecimentos tiveram, em média, 2% de crescimento. No acumulado do ano, o setor tem desempenho negativo de 5%, mesmo índice apresentado nos últimos 12 meses.

“Já esperávamos uma melhora nas vendas do mês de outubro, pois muitas lojas de material de construção estão fazendo promoções, tentando atrair o consumidor. Além disso, apesar da crise econômica, temos uma tradição no comportamento do brasileiro, que costuma investir em pequenas reformas para deixar a casa bonita para as festas de fim de ano”, explica Cláudio Conz, presidente da Anamaco. "Com o cenário de incertezas econômicas, o consumidor tende a frear novos investimentos, mas também temos em nosso favor a necessidade de manutenção dos mais de 64 milhões de imóveis, que funcionam como seres vivos, demandando reforma por conta de seu uso e desgaste natural. Por conta da crise, o consumidor estava adiando reformas e novas construções, mas ele não conseguirá fazer isso por muito tempo. É o banheiro que está com infiltração, é o encanamento que está com vazamento, é a necessidade de trocar a fiação da casa, e tudo isso fará com que, mais cedo ou mais tarde, ele volte às nossas lojas”, completa.



Todas as categorias pesquisadas registraram crescimento de vendas em outubro, principalmente revestimentos cerâmicos (11%), cimentos e telhas de fibrocimento (10%), tintas (9%), louças sanitárias (7%), metais sanitários (6%) e fechaduras e ferragens (5%).
No levantamento por regiões, o destaque ficou para o Sudeste (10%), seguido do Sul (9%), Nordeste (7%) e Norte (5%). No Centro-Oeste as vendas ficaram estáveis.

Em outubro, também diminuiu o otimismo dos lojistas com relação às ações do Governo nos próximos 12 meses. Já a intenção de novos investimentos retraiu em todas as regiões, com exceção do Centro-Oeste e Nordeste. No geral, cerca de 11% dos entrevistados pretendem contratar novos funcionários em novembro.


Para o presidente da Anamaco,  os resultados de outubro pouco alteram as perspectivas para o ano de 2015. “O setor deve fechar o ano com uma retração de 5% na comparação com 2014. É a primeira vez, desde 1991, que nós não teremos crescimento, mas isso está diretamente ligado à diminuição da oferta de crédito e ao aumento do desemprego. Os nossos estabelecimentos em todo o Brasil cortaram cerca de 43 mil postos de trabalho (empregamos cerca de um milhão de pessoas em todo o país), além de termos registrado fechamento de pequenas e médias lojas”, explica.

Conz, no entanto, acredita que o setor conseguirá reverter esse quadro em 2016: “O ano que vem será mais positivo para o varejo de material de construção, principalmente a médio e longo prazo. Como eu disse, os imóveis brasileiros precisam de manutenção e reforma e as pessoas que estão adiando obras agora acabarão gastando mais, porque quando você adia uma reforma, isso pode demandar mais material de construção para o conserto. É igual uma infiltração que você demora para resolver…dependendo do tempo que você leva, o estrago pode ser muito maior. Além disso, os grandes bancos já demonstram intenção de impulsionar as linhas de crédito destinadas à compra de materiais de construção para compensar o fraco desempenho de outras linhas de financiamento e isso deve ajudar a impulsionar a nossa retomada de crescimento”, finaliza.

 

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