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Vendas de material de construção ficaram estáveis nos primeiros cinco meses do ano
Desempenho em maio, no entanto, foi 2% inferior a abril, mas a retração ocorreu em apenas três regiões: Nordeste, Norte e Sul. Anamaco revê expectativa de crescimento para 3% em 2015
As vendas do varejo de material de construção se mantiveram estáveis nos primeiros cinco meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o mês de maio apresentou queda de 2% sobre abril e de 7% sobre maio de 2014. A retração no mês, no entanto, ocorreu em apenas três regiões: Nordeste (-3%), Sul (-5%) e Sudeste (-3%). No Norte e Centro-Oeste houve crescimento de 11% e 4% respectivamente.
Os dados são do estudo mensal realizado pelo Instituto de Pesquisas da Universidade Anamaco com o apoio da Abrafati, Instituto Crisotila Brasil, Anfacer, Afeal e Siamfesp. O levantamento ouviu 530 lojistas das cinco regiões do país entre os dias 27 a 29 de maio e a margem de erro é de 4,3%.
“Entre os estabelecimentos pesquisados, as grandes lojas e os home centers apresentaram resultado positivo no mês, com aumento de vendas de 5% com relação a abril. No entanto, as lojas médias tiveram queda de 5% e as lojas pequenas tiveram desempenho de vendas estável no mês”, afirma o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.
A diferença de comportamento, segundo ele, pode ser explicada pelo tamanho dos estoques desses estabelecimentos. “As grandes lojas compram em maior quantidade e conseguem fazer um maior número de promoções para atrair o consumidor final. Geralmente elas também funcionam em horários alternativos, não apenas no horário comercial, sendo uma opção para o consumidor comprar após deixar o trabalho”, completa Conz.
Entre as categorias pesquisadas pelo estudo, cimento apresentou desempenho positivo de 4% no mês e metais sanitários mantiveram o mesmo patamar de abril. As demais tiveram ligeira retração no período: revestimentos e tintas (-3%), fechaduras e ferragens e telhas de fibrocimento (-2%) e louças sanitárias (-1%).
Cerca de 45% dos entrevistados acreditam que poderão recuperar parte das vendas já no mês de junho. Outros 40% esperam que, em junho, as vendas se mantenham no mesmo patamar de maio. “Aproximadamente 34% dos entrevistados afirmou que pretende fazer novos investimentos nos próximos 12 meses e 15% têm a intenção de contratar novos funcionários”, declara o presidente da Anamaco.
Com os resultados dos primeiros cinco meses do ano, a Anamaco está revendo a expectativa de crescimento em 2015, de 6% para 3% sobre o ano passado, quando o setor bateu recorde de faturamento histórico de R$ 60 bilhões. “A nossa expectativa é de que o mercado permaneça neste patamar em junho, iniciando uma recuperação a partir de julho. Estamos otimistas de que as incertezas deste ano vão se dissipar com as notícias da agenda positiva. O aumento substancial, que não estava previsto, do orçamento do FGTS no pró-cotista para R$ 5 bilhões este ano, assim como a liberação de parte do compulsório da poupança para financiar imóveis, irão contribuir muito para a retomada da confiança do nosso consumidor”, afirma Conz.
O presidente da Anamaco, que também é membro do Conselho Curador do FGTS e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, lembra que o Governo Federal deve lançar, ainda este mês, a terceira fase do programa “Minha Casa Minha Vida”, com impactos positivos para o setor: “Essa terceira fase trará uma atualização da renda das pessoas, permitindo a criação de novas faixas de financiamento e melhorando a possibilidade de acesso ao programa, que, em grande parte, conta com subsídios”, diz.
Outro tema que está influenciando positivamente as vendas no setor é o uso racional da água. “A constante queda no volume dos reservatórios e o risco iminente de racionamento está levando as pessoas a buscarem formas alternativas de armazenamento. Muitas delas estão realizando pequenas obras em casa para captação de água da chuva. Outras estão em busca de produtos economizadores, como as bacias sanitárias, responsáveis por 35% do uso hídrico em uma residência. Muita gente não sabe que bacias fabricadas antes de 2002 utilizam cinco vezes mais água por descarga do que as atuais e que a simples troca do vaso sanitário pode auxiliar e muito na economia de água em todo o país”, explica Conz.
O uso eficiente de energia também tem levado muitos consumidores às lojas do setor: “As pessoas estão assustadas com o aumento das contas de energia e querem alternativas para economizar. Já notamos um maior número de clientes procurando produtos como o aquecedor solar que, acoplado aos novos e modernos chuveiros híbridos que funcionam em conjunto com a energia elétrica, garantem uma economia de água e o banho na temperatura desejada pelo consumidor. Já dá para dizer que esses dois produtos serão as estrelas das vendas neste ano”, finaliza Conz.
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