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Fabricantes de móveis investem em design para fisgar classe média
O setor moveleiro continua de olho no potencial da classe média e, por isso mesmo, não é surpresa que já exista uma feira com foco exclusivo nesse consumidor. De acordo com estudo do instituto Data Popular, os brasileiros incluídos nessa faixa econômica gastaram R$ 23 bilhões dos R$ 50 bilhões destinados ao setor mobiliário em 2013. Na comparação com 2011, a alta foi de 18,5%, quando os gastos da classe C somaram R$ 19,4 bilhões.
Ótima notícia para os pequenos empreendedores, que dominam esse mercado de fabricantes. De acordo com estimativa do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), cerca de 80% das 17,5 mil empresas brasileiras de móveis são micro ou pequenas.
O desafio para esses empresários, porém, é conquistar esse público-alvo. "O consumidor da nova classe média quer produtos que espelhem um nível social maior. A pequena e média indústria precisa ter a sensibilidade para entender esse movimento de evolução do mercado", afirma o presidente do Sindmóveis, Henrique Tecchio.
A pesquisa mostra ainda que 19 milhões de brasileiros da classe média desejam comprar móveis neste ano. Diante da representatividade desse consumidor, o foco da feira Movelsul Brasil, uma das principais do País e que será realizada entre os dias 24 e 28 de março em Bento Gonçalves (RS), é justamente produtos para esse público.
Uma das empresas expositoras é a Prima Design, da empresária Cátia Scarton. Para lançar um produto na feira, Cátia explica que a empresa foca, justamente, nas características desse consumidor segundo a empreendedora ele está em busca de um produto confortável, de qualidade, dentro de uma faixa específica de preço e que também tenha um diferencial de design.
A Prima Design vai lançar na feira duas linhas assinadas de banquinhos com preço de R$ 80 no varejo. "Sabemos que esse público recebe muita gente em casa e o banquinho é uma opção. Ele pode ser empilhado, não ocupa muito espaço e não custa muito", explica Cátia.
Com o design apontado como diferencial, os profissionais da área também ganham destaque. O Estúdio Ninho, por exemplo, trabalha com projetos encomendados e também cria produtos para depois firmar parcerias com indústrias - a remuneração se dá por meio de royalties, calculados sobre a venda dos produtos.
"As indústrias moveleiras brasileiras cada vez mais estão aprimorando seus meios produtivos e chegando a um ponto em que a briga deixa de ser pelo preço mais barato e passa e a ser pelo diferencial dos produtos", afirma Vinícius Lopes, sócio do estúdio com Gabriela Kuniyoshi.
Na avaliação de Lopes, a indústria moveleira no Brasil está entendendo a importância do design como um diferencial competitivo e um dos responsáveis por essa mudança é a classe média. "Esse consumidor busca um produto personalizado e com qualidade", reforça.
Um dos produtos desenvolvidos pelo Estúdio Ninho para a Tok&Stok será premiado no Salão Design da Movelsul. Segundo Gabriela, a escrivaninha Easy nasceu da ideia de somar novas funções a uma simples mesa com o uso em ambiente de trabalho, quartos e home office.
Serviço. Além do design, o presidente do Sindmóveis destaca a importância do atendimento e entrega do produto. "Notamos muitas dificuldades das pequenas empresas, que fazem só o produto e esquecem um pouco dessa qualificação do serviço, que é muito importante", diz.
Fonte: Estadão/ PME
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