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Produtos químicos de uso industrial têm fraco desempenho no 1º trimestre do ano
Produção nacional e demanda do setor recuam nos três primeiros meses de 2014
Conforme informações preliminares da Equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), os volumes médios do primeiro trimestre de 2014 tiveram recuos tanto em termos de produção quanto de demanda, modificando as perspectivas iniciais, que indicavam estabilidade. O índice de produção dos produtos químicos de uso industrial caiu 4,8% de janeiro a março de 2014 sobre mesmo período do ano passado. Esse resultado foi influenciado pelas paradas programadas de produção, que ocorreram especialmente em fevereiro, quando o índice de produção caiu 12,9% em comparação a janeiro. No acumulado de janeiro a março deste ano sobre igual período de 2013, o Consumo Aparente Nacional (CAN), importante medida da demanda interna por produtos químicos de uso industrial, também teve recuo de 2,1%. Enquanto isso, as importações cresceram 2,8% de janeiro a março de 2014 e o volume de exportações caiu 8,3% no primeiro trimestre.
Ainda que esses resultados tenham sido impactados pelas paradas para manutenção, os números mostram a dificuldade da indústria química brasileira na briga com o mercado internacional. “O que mais preocupa nos resultados dos três primeiros meses do ano, e que será objeto de um olhar atento da entidade para os próximos meses, é o recuo da demanda por produtos químicos, medido pelo CAN. Está muito difícil a situação de competitividade dos segmentos mais expostos ao mercado internacional e que trabalham com produtos que são tradables”, comenta a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.
De acordo com Fátima Giovanna, a dificuldade de competição é um problema recorrente e que tem afetado todos os segmentos industriais, inclusive muitos dos que estão na cadeia consumidora de produtos químicos de uso industrial. A elevação dos custos de produção no mercado interno, associados aos insumos energéticos e às matérias-primas, bem como as deficiências logísticas e a alta carga tributária, têm impactado toda a indústria manufatureira e não é diferente com a química.
No que se refere às vendas internas de químicos para uso industrial, após elevação atípica de 16,17% em janeiro, o índice vem apresentando queda nos dois últimos meses, de 7,24% em fevereiro e de 1,70% em março. Apesar do recuo do bimestre fevereiro-março, no acumulado do ano, o índice ainda é positivo em 0,96%, na comparação com igual período do ano passado.
O índice de utilização da capacidade instalada ficou em apenas 79% em março, cinco pontos abaixo da média registrada em igual mês do ano passado. A média dos primeiros três meses também foi afetada pelas paradas programadas, registrando taxa de ocupação de 78%, três pontos abaixo da média de igual período de 2013. Esse resultado reflete a continuidade da falta de capacidade do setor para atendimento da demanda interna, fomentando o aumento da taxa de importação. Segundo Fátima Giovann, deve-se acrescentar que, como a demanda não está aquecida no mundo, ainda há excedentes comercializados a custos marginais, desalinhando oferta e preços.
Além dos problemas historicamente inerentes ao setor, que já compõem a pauta da Abiquim, para o período recente, o quadro energético nacional é um fator adicional de preocupação e insegurança. “Não há clareza, ainda, sobre qual será o impacto, se é que haverá impacto, de uma eventual necessidade de cortes, tanto de água quanto de energia elétrica. O fato é que é muito difícil reduzir os níveis de produção em um determinado patamar para um segmento que opera em regime de processo contínuo, como o químico. Qualquer redução abrupta desses insumos significará consequências consideráveis na produção e elevação dos custos associados ao processo produtivo”, alerta a diretora.
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