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Produção no setor químico volta a cair em outubro, mas vendas internas crescem
Nova queda ainda é resultado das paradas para manutenção em Camaçari que ocorreram
entre setembro e outubro
O índice de quantum da produção de produtos químicos de uso industrial teve a terceira queda consecutiva, com redução de 7,42% em outubro de 2013, nível mais baixo do ano. A redução do último mês é explicada pela continuidade da parada programada para manutenção na unidade de petroquímicos básicos, da Braskem, no polo petroquímico de Camaçari-BA (por cerca de 40 dias), que começou em meados de setembro e foi concluída na segunda quinzena de outubro. Diversas outras empresas clientes da central também aproveitaram para realizar paradas para manutenção. Assim, as reduções foram generalizadas e atingiram nove dos treze grupos de produtos, com destaque para petroquímicos básicos (-10,83%), resinas termoplásticas (-5,63%) e intermediários para fertilizantes (-2,29%), que registraram queda sobre setembro.
Quanto às vendas domésticas, após duas reduções consecutivas entre agosto e setembro, o índice cresceu 6,40% no mês passado. A formação de estoques preventivos pelas empresas para o período das paradas em Camaçari possibilitou esse resultado, especialmente no grupo resinas termoplásticas (+16,19%). Apesar do aumento, outubro deste ano está 3,75% abaixo do resultado de igual mês do ano passado. Já o índice de preços teve deflação de 0,87% em outubro, após três altas consecutivas, com reduções em 10 dos 13 grupos analisados. No que se refere à capacidade instalada, por conta da redução da produção, o índice fechou com taxa de utilização de 80% em outubro - dois pontos abaixo do resultado de outubro do ano passado e um dos piores níveis operacionais deste ano.
Na média do acumulado de janeiro a outubro, a produção registrou retração de 0,23%, após cinco meses consecutivos de resultados positivos. Em relação ao índice de vendas internas, as taxas acumuladas ainda são positivas, +0,30% de crescimento de janeiro a outubro, sobre iguais meses do ano anterior, mas em declínio. De janeiro a julho, a elevação era de 3,25%. Na comparação janeiro a outubro, sobre iguais meses do ano anterior, os preços médios estão 12,30% maiores neste ano.
O consumo aparente nacional – CAN (produção mais importação menos exportação), que mede a demanda nacional por produtos químicos, aumentou 6,9% de janeiro a outubro deste ano, também em relação a igual período do ano anterior. Para os produtos acompanhados na análise do RAC, o volume exportado caiu 5,4% nesse período, enquanto o volume importado, dos mesmos produtos, teve crescimento de 22,1%, apesar da desvalorização do real. O crescimento do CAN mostra que a elasticidade da demanda por produtos químicos em relação ao crescimento do PIB, neste ano, está cerca de três vezes acima da média dos últimos anos. Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, é nesse resultado que se concentram as perspectivas positivas. “Apesar de a produção nacional não ter conseguido acompanhar a demanda nos primeiros dez meses do ano, quer por fatores inerentes à indústria, como os apagões, quer por paradas programadas ou por falta de competitividade, podemos vislumbrar alguma perspectiva positiva. A indústria tem capacidade ociosa e parte dessa demanda certamente poderia se atendida por produção nacional. A desoneração de PIS/Cofins, bem como outras medidas que a Abiquim vem pleiteando junto ao governo, como um preço competitivo para o gás natural utilizado como matéria-prima, deverão trazer efeitos positivos para o setor no médio prazo”, afirmou Fátima.
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