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Grande potencial da indústria química como criadora de soluções sustentáveis poderá ajudar o Brasil a cumprir metas assumidas no Acordo de Paris
Foto: Beto Barata / Presidência da República
Presidente Michel Temer discursa durante cerimônia de ratificação do Acordo de Paris sobre a mudança do clima ao lado do ministro das Relações Exteriores, José Serra, do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia e do ministro de Meio Ambiente, José Sarney Filho.
O Brasil ratificou no dia 12 de setembro o Acordo de Paris, tratado que prevê metas conjuntas dos países na busca pela redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEE). O compromisso foi assinado pelo presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). A cerimônia de ratificação do Acordo de Paris também contou com a presença de ministros de Estado, o Presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, e outros parlamentares do Congresso Nacional, além de representantes de organizações da sociedade ligadas ao meio ambiente e à indústria. A Abiquim foi representada e pela diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade, Marina Mattar.
Em seu discurso, presidente Temer destacou que na reunião do G20, na qual ele participou na semana passada, na China, todos os líderes citaram a questão ambiental em seus discursos afirmando que “não houve um discursante, um orador que não mencionasse exatamente o tema do clima e do meio ambiente”.
Para o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, o governo está convencido de que é possível aliar o crescimento econômico e preservação ambiental destacando em seu discurso que o preço de não fazer nada contra as mudanças no clima é alto para todos. “Temos convicção de que as ações para reduzir emissões são compatíveis com o crescimento econômico e combate à pobreza. Mais que isso, podem dinamizar nossa economia [...] Precisamos fortalecer as políticas ambientais que não podem ser vistas como entraves ao crescimento econômico”, destacou o ministro.
“O acordo gera compromisso, mas também um grande número de oportunidade. Poderemos ter investimentos em tecnologias que facilitam as ações de adaptação e mitigação, atrair recurso na preservação de nossas áreas verdes”, mencionou o ministro das Relações Exteriores, José Serra, na cerimônia. Para o ministro, o Brasil precisa avançar em mobilidades de transportes menos poluentes e pode ser referência na geração de energia limpa.
Nesse sentido, a indústria química tem grande potencial para ajudar o Brasil a cumprir com as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa uma vez que, por ser uma indústria transversa, pode oferecer soluções para todos os setores da economia. Além de investir na busca pela eficiência energética desde a Rio-92, o setor químico é viabilizador de quase todas as cadeias de valor, ofertando produtos para a satisfação das necessidades da sociedade moderna e considerando seus interesses econômicos, sempre alinhados aos sociais e ambientais.
A indústria química cria produtos utilizados na fabricação dos carros que os tornam mais leves e proporcionam a redução no consumo de combustíveis e com catalisadores que reduzem as emissões de GEE. A química também está presente nos materiais usados nas pás eólicas, que permitem a geração de energias alternativas. Na agricultura, a química proporciona o aumento da produtividade, redução do desperdício, sementes mais resistentes a pragas e à seca, além de fertilizantes mais eficientes. Ela ainda ajuda reduzir a emissão de GEE gerados pelos rebanhos de animais, por meio de aditivos usados na ração. Estas são algumas ações que comprovam a importância da química como parte de soluções mais verdes.
A indústria química é um dos setores que mais investem na inovação de seus processos e no desenvolvimento de novos produtos que possibilitam a redução de emissões de GEE ao longo de diversas cadeias produtivas. Entre 2006 e 2014, o setor químico brasileiro reduziu em 30% as emissões de CO2 na atmosfera, demonstrando que a inovação em produtos e processos químicos está presente nas soluções químicas pela sustentabilidade. Além disso, no mesmo período, o setor também reduziu em 48% a geração de resíduos, reduziu 36% do volume de água captada em seus processos e consumiu 16% menos energia elétrica por tonelada.
Alinhada com o compromisso do setor químico brasileiro em contribuir com a redução das emissões dos GEE, a Abiquim realizou, em 1º de abril deste ano, o evento “O Acordo de Paris: A contribuição da indústria química para a agenda brasileira”, com o objetivo de criar um cenário positivo para o segmento desenvolver mais soluções e produtos que visem a sustentabilidade da própria indústria e das inúmeras cadeias produtivas consumidoras de produtos químicos, comprometidas com as metas brasileiras de reduções.
O papel da indústria química como sendo fundamental para outras indústrias como provedora de soluções sustentáveis foi também debatido no encontro do grupo de liderança sobre Energia & Mudança Climática do International Council of Chemical Association - ICCA, realizada no mês passado, no Japão. No encontro, o Sr. Osamu Ishitobi, presidente executivo do Conselho de Sumitomo Chemical mencionou a importância do Acordo de Paris e o fato de que todos os países precisam para fazer seus esforços para mitigar e se adaptar à mudança climática.
Foto: JCIA/ICCA
Presidente executivo do Conselho de Sumitomo Chemical, Osamu Ishitobi, discursa em reunião do Grupo de Liderança sobre Energia & Mudança Climática do ICCA, no Japão, em agosto.
Nesse sentido, Ishtobi destacou que a indústria química possui um grande potencial como fonte das inovações tecnológicas, cuja importância é estipulada no Acordo de Paris. Assim, o presidente da Sumitomo mencionou que a indústria química pode e deve contribuir para realizar o desenvolvimento sustentável do mundo destacando ser um setor criador de soluções sustentáveis. O encontro também contou com uma apresentação da diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Abiquim, Marina Mattar, sobre o cenário político brasileiro sobre energia e mudança climática e o processo de internalização do Acordo de Paris no Brasil.
Sobre o Acordo de Paris
O Acordo de Paris foi concluído em dezembro de 2015, pelos 197 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O compromisso dos países signatários do Acordo de Paris é manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais, e fazer um esforço para ir além: limitar essa elevação da temperatura a 1,5°C.
Com a ratificação do Acordo de Paris, o Brasil assumiu como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com o indicativo de redução de 43% até 2030 – ambos em comparação aos níveis de 2005. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Brasil é responsável por 2,48% das emissões de carbono.
Atualmente, 27 dos 197 países signatários do acordo ratificaram o documento, o que equivale a 39% das emissões globais. Após ratificado por pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões globais, o Acordo torna-se obrigatório aos aderentes e seus governos oficialmente comprometidos com suas respectivas Contribuições Nacionalmente Determinadas (Nationally Determined Contribution – NDC, em inglês).
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