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Déficit em produtos químicos recua 18,5% em 2015, totalizando US$ 25,4 bilhões
Valor é o menor registrado desde 2011 e reflete momento econômico delicado para toda a indústria
O Brasil importou US$ 38,2 bilhões em produtos químicos em 2015, valor total pago pela aquisição de mais de 33,6 milhões de toneladas entre as diversas mercadorias acompanhadas pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) no âmbito da balança comercial setorial. Na comparação com os resultados de 2014, tanto os valores quanto os volumes importados foram 16,4% inferiores, consolidando coerentemente as projeções de reduções significativas desses indicadores sinalizadas ao longo de todo o segundo semestre passado. Apesar de expressiva queda de 20,5%, os intermediários para fertilizantes continuaram sendo o principal item da pauta de importação do setor com compras de mais de US$ 6,1 bilhões em 2015, equivalentes a 19,1 milhões de toneladas.
As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, de US$ 12,8 bilhões, em 2015, diminuíram 11,7% na comparação com o ano anterior, particularmente afetadas pela forte queda de 14,2% dos preços médios (em dólares americanos) praticados na condição FOB de vendas externas. As resinas termoplásticas, com exportações de US$ 2,0 bilhões, foram os produtos químicos mais exportados no ano passado, não obstante redução de 2,0% na comparação com 2014.
O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 25,4 bilhões em 2014, menor valor registrado desde 2011, ano em que foi registrado aumento de 3,9% do PIB nacional e de 10,4% do faturamento líquido da indústria química brasileira, cenário completamente adverso ao delicado momento vivido por toda a indústria em 2015. Avaliando-se as trocas comerciais com os principais blocos econômicos regionais, em 2015, o Brasil foi superavitário apenas em relação aos países do Mercosul e da Aladi, respectivamente saldos comerciais de US$ 655 milhões e de US$ 962 milhões. Entretanto, foram novamente registrados resultados negativos expressivos em relação à União Europeia e ao Nafta (América do Norte), que somados ultrapassaram um déficit agregado de US$ 16,7 bilhões.
Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, o Brasil, a exemplo de outros países importantes em termos de presença comercial externa, precisa fornecer condições competitivas aos exportadores para que o setor privado possa planejar com eficiência sua exposição no mercado internacional, o que permitiria a mitigação, de maneira estruturada, dos impactos conjunturais negativos decorrentes de quedas do nível da atividade econômica interna. “A realidade mostra, em âmbito internacional, que os principais países fabricantes de produtos químicos apostaram no canal externo como opção estratégica para o fortalecimento de suas indústrias e, para viabilizar essa decisão, elaboraram diversas medidas que permitiram com que crescentemente as exportações representassem grande parcela do faturamento líquido setorial”, destaca Denise.
O presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, acrescenta que o delicado momento econômico nacional deve ser visto como uma oportunidade para se alavancar a agenda de melhorias para os exportadores. “O Plano Nacional de Exportações (PNE) começa a materializar uma plataforma brasileira de políticas públicas voltadas para o acesso ao mercado externo de forma mais competitiva. Contudo, setorialmente entendemos ainda ser necessário um plano sistêmico de fortalecimento da competitividade, baseado em medidas claras e objetivas como o acesso a matérias-primas e energia com custos competitivos, além de um Reintegra condizente à realidade dos impostos pagos e não recuperados pelos exportadores”, avalia Figueiredo.
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