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Produção e demanda nacionais de resinas termoplásticas registram queda em 2014
Queda na produção sem a contrapartida no aumento das importações mostram redução da demanda interna pelas principais resinas termoplásticas no ano passado, em relação a 2013
O conjunto das principais resinas termoplásticas produzidas no Brasil teve desempenho negativo em 2014, em relação ao ano anterior. De acordo com dados levantados pela equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a produção do conjunto de resinas termoplásticas registrou queda de 4,0% nesse período e as vendas externas dos mesmos produtos caíram 1,6% em volume. Nessa mesma comparação, somente as importações cresceram 0,6%. Dessa forma, o Consumo Aparente Nacional (CAN) de resinas termoplásticas, importante medida da demanda interna por esses produtos (produção + importação - exportação), registrou queda de 3,2% no ano passado, sobre 2013. O peso das importações sobre o CAN foi de 28%, atingindo um dos valores mais altos da década.
Os números divulgados pela Abiquim refletem o cenário desfavorável que o setor químico nacional tem vivenciado. De acordo com a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o quadro atual de baixa competitividade da indústria decorre das incertezas em torno do fornecimento de água e energia, da elevação dos custos de produção – particularmente no tocante às matérias-primas básicas, em comparação àquelas ofertadas a partir do shale gas no mercado americano –, da alta carga tributária e das deficiências de infraestrutura.
Fátima Giovanna explica ainda que o recuo da demanda está associado à atividade econômica nacional como um todo, refletida no fraco desempenho do PIB e, em especial, do PIB industrial. “As resinas estão presentes em diversas importantes cadeias, cujo desempenho não tem sido animador no período recente, com destaque, as indústrias automobilística, de construção civil e de bens duráveis. No entanto, a redução da demanda também traz uma outra preocupação ao setor, que é a de que pode estar havendo um aumento da importação de produto acabado. Esses dados serão monitorados em detalhe”, afirma a diretora da Abiquim.
A abertura das variáveis das resinas termoplásticas mostra que o resultado negativo na produção apareceu em quase todos os produtos no ano passado, em comparação com 2013. Com exceção do policloreto de vinila (PVC), cuja produção cresceu 1,0% nesse período ainda em decorrência de nova capacidade instalada em 2012, todas as demais resinas apresentaram queda, sendo que a maior redução na produção foi registrada no grupo PET (grau garrafa), com queda de 7,5% em 2014 sobre 2013. As produções dos demais produtos apresentaram o seguinte desempenho: polietilenos (-6,8%), EVA (-3,1%), polipropileno (-2,1%) e poliestireno (-1,6%).
A queda na demanda interna (CAN) das resinas termoplásticas foi puxada especialmente pelo PET (grau garrafa), cuja variável caiu 13,2% em 2014 sobre o ano anterior. As demais resinas que apresentaram redução no CAN foram: polipropileno (-5,3%), PVC (-3,2%) e poliestireno (-0,3%).
Em relação à balança comercial das resinas termoplásticas, em volume, o déficit de resinas cresceu 4,3% em 2014 sobre 2013, alcançando 674 mil toneladas, contra 240,9 mil, observadas em 2010. Nesse período, as importações cresceram 0,6% enquanto que as exportações caíram 1,6%. Cabe destacar o crescimento das importações nos grupos polietilenos (10%) e polipropileno (7,0%). Outra constatação importante é que, pela primeira vez, o saldo comercial com os países do Mercosul foi deficitário, em 30,8 mil toneladas, contra um resultado superavitário de 41,2 mil toneladas no ano anterior.
Outra variável que preocupa o setor e reflete a deterioração do ambiente interno de produção é a de utilização de capacidade instalada das fábricas de resinas. Em 2014, as empresas operaram com uma média de 78%, três pontos abaixo da do ano anterior. De acordo com Fátima Giovanna, devido à característica da operação em processo contínuo, essas plantas deveriam estar operando entre 87% e 90%. “A ociosidade de 22% não só é preocupante no curto prazo, como também desestimula a atração por novos investimentos no setor no médio prazo”, afirma a diretora.
Vale ressaltar que, nos últimos anos, as empresas brasileiras que atuam nesse segmento realizaram importantes investimentos em elevação de capacidade instalada, bem como em pesquisa e inovação e no desenvolvimento de novas aplicações, não obstante as dificuldades do ambiente de competitividade nacional. Ainda segundo a diretora da Abiquim, é possível constatar que o setor teria condições de atender praticamente à quase totalidade da demanda se reduzisse o atual nível de ociosidade. “A Abiquim acredita que dificilmente o quadro negativo observado no ano passado conseguirá ser revertido curto prazo, especialmente porque não tivemos mudanças no quadro de competitividade. Nesse contexto, é fundamental que as medidas que vêm sendo defendidas pela Associação possam ser implementadas para tentar reverter o quadro, transformando as oportunidades de crescimento da demanda nacional em elevação de produção, num primeiro momento, e novos investimentos, no futuro próximo”, ressalta Fátima Giovanna.
Coplast
A Comissão de Resinas Termoplásticas da Abiquim (Coplast) trata dos assuntos do conjunto dos polietilenos (PEAD, PEBD e PEBDL), polipropileno, poliestireno, policloreto de vinila, EVA e PET (grau garrafa). O grupo foi criado em 1993, com o objetivo de buscar contínua participação das empresas produtoras de resinas termoplásticas na economia brasileira, dentro de padrões aceitos pela comunidade em geral, pelas entidades ambientalistas e pelos setores públicos, preservando seus objetivos empresariais de atuação competitiva, prioritariamente no mercado nacional e, também, no internacional. Para mais informações, acesse: abiquim.org.br/comissao/setorial/resinas-termoplasticas-coplast/sobre-a-comissao
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