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Brasil recicla mecanicamente 21% dos plásticos
As 762 recicladoras de plásticos do Brasil faturaram juntas, em 2012, R$ 2,5 bilhões e geraram 18,7 mil empregos diretos.
Pesquisa aponta que a indústria brasileira de reciclagem mecânica de plásticos (IRmP) recicla 21% do total dos plásticos pós-consumo no país, ou seja são recicladas aproximadamente 684 mil toneladas do total de 3,26 milhões de toneladas de plástico pós-consumo gerado em 2012.
Esta indústria faturou R$ 2,5 bilhões em 2012, um crescimento de 4,3% do verificado em 2011(R$ 2,4 bilhões).
Os dados apontam que o setor é formado por 762 recicladoras, com capacidade instalada de 1,7 milhões de toneladas e que juntas empregam diretamente 18,7 mil pessoas. A pesquisa, com base em 2012, foi encomendada pela Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos à Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial.
A maior parte das empresas de reciclagem está localizada no estado de São Paulo. São 298, representando 39% do total no Brasil. Em seguida, estão os estados da Região Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, respectivamente, totalizando 36% para a região. As demais empresas estão distribuídas de forma pulverizada pelo país, com baixa incidência nas regiões Norte e Nordeste.
A vocação das Regiões Sul e Sudeste para a reciclagem mecânica de plásticos é natural pela maior concentração da população e maior poder de consumo, além da presença da indústria em geral. Mesmo assim, se observa nos últimos anos crescimento de indústrias recicladoras nas Regiões Norte e Nordeste, acompanhando o aumento do poder aquisitivo nestas regiões e também refletindo a evolução da consciência ambiental.
Entre os resíduos plásticos pós-consumo gerados no Brasil, os polietilenos, o PET e o PP estão entre os mais coletados. Isso porque geralmente estão em aplicações de duração curta, como embalagens. Já o PVC, por exemplo, apesar do grande volume de demanda da matéria prima virgem, é um dos que menos geram resíduos, pois a maior parte das aplicações é de vida-longa (tubos e conexões, por exemplo).
Atualmente, as aplicações dos produtos plásticos reciclados são bastante diversificadas no Brasil, relacionadas a diversos setores. Outro ponto a se considerar é que cada vez mais o produto reciclado plástico conta com maior valor agregado, é destinado a segmentos com maior exigência técnica e de qualidade, o que resulta em maior valor comercial no mercado. Os produtos feitos de plásticos reciclados são utilizados pela indústria automotiva, de construção, moda, calçados, entre outros.
O índice de 21% do total dos plásticos pós-consumo reciclado mecanicamente no Brasil coloca o país entre os grandes recicladores do mundo. Para se ter uma ideia, a média da União Europeia em 2011 foi de 25,4% de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo. O Brasil está à frente de países como Reino Unido (20%), França (19%), Finlândia (18%) e Grécia (17,6%) “Vale lembrar que tais países já tem a questão do lixo resolvida, diferente do Brasil que ainda está em fase de estruturação do real gerenciamento de seus resíduos através da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS e ainda deve investir em coleta seletiva”, afirma Miguel Bahiense, presidente da Plastivida. Ele completa: “o número de municípios com coleta seletiva estruturada no país vem crescendo – eram 443 em 2010 e 766 em 2012, porém esse índice ainda é muito aquém do que se espera de um país com as dimensões do Brasil.”
Metodologia – A pesquisa sobre o índice de reciclagem dos plásticos foi encomendada pela Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos à Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial e obedeceu a metodologia do IBGE. Em 2012, houve um recenseamento das empresas recicladoras, a fim de aferir o cadastro que envolve recicladores de todo o Brasil.
Há 10 anos a Plastivida vem acompanhando a evolução da Indústria de Reciclagem Mecânica de Plásticos no Brasil, na busca de informação qualificada sobre o setor, através do monitoramento dos índices de reciclagem mecânica de plástico pós-consumo. Segundo Miguel Bahiense, o objetivo deste trabalho é acompanhar o desenvolvimento deste setor que gera emprego e renda ao Brasil e que compõe o cenário dos novos desafios que se apresentam a partir da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos Urbanos.
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