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Kia vence batalha na justiça e fábrica parece sair do sonho

A Kia Motors Corporation venceu na justiça uma batalha para provar sua inocência em uma  cobrança do governo e poder leva a cabo a ideia de construir uma fábrica no Brasil. Uma  sentença do Superior Tribunal Federal tirou da KMC qualquer ônus pela dívida que hoje  está em cerca de R$ 1,5 bilhão, que a extinta Asia Motors Do Brasil deixou com o Governo  Federal.

Com isso, a matriz na Coreia e o presidente da Kia Motors do Brasil, José Luiz Gandini,  já falam em colocar em pé uma fábrica no Brasil. Em entrevista do Jornal do Carro,  Gandini disse que antes de tudo a decisão tomada pela ministra do STF, Carmen Lúcia, já  era esperada, uma vez que a marca provou que não tinha qualquer ligação com a AMB na  época.

O executivo esteve recentemente na Coreia para falar com a matriz e dizer sobre a  necessidade de instalar uma fábrica da Kia no Brasil, para que a marca seja competitiva  dentro das novas regras do Inovar-Auto, que beneficiam aqueles que produzem no Brasil  com um IPI (imposto sobre produtos industrializados) mais baixo.

“O imbróglio da Asia, impedia qualquer conversa sobre fábrica no Brasil, já que o  investimento é muito alto para pudesse ser colocado em risco”, afirmou.

O que, como e quando
Responsável pelo crescimento da Kia no Brasil, Gandini diz que tem trabalha junto com a  empresa para achar uma solução para a fabricação local de veículos. O empresário afirma  que está disposto a investir em uma fábrica com capacidade inicial de 20 mil unidades  por ano para produzir o Sportage e se for o resultado for positivo, aumentar o espaço  para produzir também o Cerato.

Questionado sobre a chegada de um “HB20 da Kia”, ele diz acreditar que a briga de foices  não é válida. ”O mercado de compactos é uma briga muito grande e sempre pela liderança  de mercado. Eu acredito que fabricar um compacto premium como o Rio, seria uma aposta  mais acertada”. Ele não falou sobre prazos e possíveis locais para instalação de nenhuma  das manufaturas.

Fontes ligadas à marca, dizem que os coreanos desejam um carro de porte equivalente ao  Hyundai HB20 para disputar o segmento de compactos. Para isso construiriam uma fábrica  com capacidade entre 150 mil e 200 mil unidades por ano, porte semelhante a da co-irmã,  que inclusive chegou a sua capacidade máxima e anunciou o início do terceiro turno de  produção.

Em nome da Kia Motors Corporation, tivemos contato com o advogado Fabiano Robalinho, que  trabalha para o escritório de advocacia que representa a empresa no Brasil. Robalinho  reiterou a que “a Kia tem interesse no mercado brasileiro, pelo tamanho e por ser um  mercado importante”.

Sobre os investimentos, afirmou que a KMC está disposta a construir uma fábrica aqui,  mas precisa de segurança jurídica para pensar em investimentos deste porte. Quando fala  de segurança jurídica, o advogado trata do fato de que o governo federal ainda precisa  aceitar a decisão que foi dada de “maneira irrecorrível” pelo STF, conforme consta nos  autos do processo e deixar de tentar arrolar a empresa sul-coreana como réu no caso  contra a Asia Motors do Brasil.

“Nós somos vítimas também nesse caso, já que cobramos uma dívida de R$ 475 milhões em  valores atuais, que são retroativas de carros que na época a Asia Motors Corporation  enviou a Asia Motors do Brasil e não recebeu por eles”, afirma o advogado.

CONHEÇA O CASO
Há mais de 15 anos a Kia Motors Corporation tenta se defender no caso da Asia Motors do  Brasil, empresa que importava as vans Towner e Topic no início dos anos 90 e que ao  prometer uma fábrica em solo nacional, conseguiu incentivos do governo. Como a fábrica  nunca saiu do papel, o governo cobrava da empresa uma dívida que em valores atuais está  próximo de R$ 1,5 bilhão. A Asia Motors Corporation cobrava do importador brasileiro o  pagamento de carros na casa de R$ 475 milhões em valores atuais.

Em 1997, a Asia Motors do Brasil ofereceu uma joint venture para a Asia Motors  Corporation, onde ela assumiria 51% da empresa brasileira e receberia o valor pendente.  Mas a proposta nunca se consolidou a Corte de Arbitragem Internacional provou que a AMC  nunca foi efetivamente controladora da AMB. Em 1999, com a crise econômica na Ásia, a  Kia Motors incorporou a empresa asiática a sua marca e começou uma batalha na justiça  brasileira e internacional para desvincular seu nome do processo iniciado no Brasil pelo  governo federal.

Fonte: Estado/ José Antônio Leme



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