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Demanda interna por termoplásticos teve crescimento moderado em 2012
O conjunto das principais resinas termoplásticas produzidas no Brasil terminou o ano de 2012 com dados positivos. Segundo levantamento da equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), a produção aumentou 6% em relação a 2011, enquanto que, no mesmo período, as vendas internas cresceram 10%. Além da fraca base de comparação do ano anterior, a desvalorização do real e as medidas tomadas pelo governo ao final do ano contribuíram para o resultado. A recuperação de mercado para produtos importados, cujo volume recuou 15,5% no ano passado, também ajudou positivamente no avanço dos números.
No entanto, mesmo com a melhora da produção, a demanda por termoplásticos ainda preocupa o setor químico. O Consumo Aparente Nacional, CAN (números da produção e importação, excluindo as exportações) das resinas registrou crescimento de 1,7% em 2012, sobre o resultado do ano anterior, alcançando um volume de 5.893 mil toneladas. Vale ressalta que o CAN havia recuado 1,3% em 2011, recuperando parte dessa redução em 2012. Ou seja, a demanda vem mostrando estagnação, o que pode significar um avanço da importação de produtos acabados, tirando mercado das resinas termoplásticas. Por outro lado, a participação das importações sobre o consumo aparente nacional das resinas termoplásticas foi de 25% no ano passado, com recuo de cinco pontos porcentuais sobre a participação do ano anterior, que havia sido de 30%. O consumo per capita de resinas termoplásticas foi de 30 quilos por habitante em 2012, valor ligeiramente superior ao do ano anterior, que havia sido de 29,7 quilos. Contudo, o padrão de consumo per capita brasileiro ainda é considerado baixo perto do de países como Estados Unidos e alguns da Europa.
De acordo com a diretora de Economia e Estatística da ABIQUIM, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, outra preocupação da indústria química é o baixo nível da capacidade instalada das empresas. “Apesar da melhora dos volumes no ano passado, as empresas operaram com ociosidade elevada e ainda há uma forte pressão de importações, que acabam chegando ao Brasil como forma de desovar estoques de países concorrentes”. Ainda segundo Fátima Giovanna, torna-se urgente a adoção das medidas defendidas pela ABIQUIM junto ao Conselho de Competitividade da Indústria Química, principalmente das que estão relacionadas à desoneração das matérias-primas petroquímicas básicas, implantação do Regime Especial para a Indústria Química (REIQ) inovação e investimento, além de uma política para utilização do gás como matéria-prima. Tais ações poderiam viabilizar a plena utilização da capacidade instalada das empresas, ou até mesmo ampliá-la. Vale ressaltar que o atual nível de consumo per capita e a elevada participação das importações sobre o CAN se constituem, hoje, fatores importantes de estímulo e oportunidades que poderiam ser melhor aproveitadas pelo País.
Em relação às vendas e à produção, o comportamento positivo se deu de forma homogênea em praticamente todos os produtos que compõem o grupo das resinas termoplásticas. A exceção ficou com o EVA, que teve queda tanto na produção (-15,1%) quanto nas vendas internas (-13,3%). Dentre as resinas com bons resultados, destaca-se o PET (Politereftalato de etileno), que registrou o maior crescimento em termos de vendas internas no ano passado, com variação de 17,8% em relação a 2011, enquanto as importações tiveram recuo de 35,3%. Outro destaque foi o crescimento das vendas internas de policloreto de vinila (PVC), cujas vendas subiram 14,57% e as importações declinaram 15,6%. O agregado dos polietilenos (PEAD, PEBD e PEBDL) teve elevação na parcela de vendas internas de 10,2%, acompanhado por um recuo nas importações de 14,0%. Ainda em 2012, o polipropileno (PP) expandiu em 7,4% as vendas internas e o poliestireno (PS) em 3,6%. As medidas propostas pelo governo para recuperação econômica contribuíram para os resultados.
O segmento de resinas termoplásticas é representado na ABIQUIM pela Coplast- Comissão Setorial de Resinas Termoplásticas. O grupo foi criado em 1993, com o objetivo de buscar contínua participação das empresas produtoras de resinas termoplásticas na economia brasileira, dentro de padrões aceitos pela comunidade em geral, pelas entidades ambientalistas e pelos setores públicos, preservando seus objetivos empresariais de atuação competitiva, prioritariamente no mercado nacional e, também, no internacional.
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