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Consumo Aparente Nacional de termoplásticos aumenta no 1º trimestre, mas produção não acompanha ritmo de crescimento
A demanda interna do conjunto de resinas termoplásticas, medida pelo Consumo Aparente Nacional, CAN (números da produção mais importação, excluindo as exportações), exibiu aumento de 9,2% nos primeiros três meses de 2013 sobre o mesmo período do ano passado, segundo levantamento da equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Em termos de demanda, na comparação com o 4º trimestre de 2012, os resultados são ainda mais expressivos, registrando aumento de 11%. Para o coordenador da comissão setorial de Resinas Termoplásticas da Abiquim, Luciano Guidolin, esse aumento, entretanto, pode ser consequência da necessidade de recomposição dos estoques de resinas pelos transformadores de plásticos, graças às vendas de final de ano. “Para afirmar que a demanda está realmente positiva na ponta da cadeia, é preciso aguardar o resultado do 2º trimestre e comparar períodos maiores”, recomendou.
Ainda assim, esses números poderiam ser comemorados se fossem acompanhados por elevações de igual magnitude na produção. Apesar de também ter crescido, o aumento da produção foi bem mais modesto, de 2,4%, nos primeiros três meses deste ano. Em suma, a indústria nacional seguiu a mesma tendência dos últimos anos e não conseguiu suprir toda a demanda, que tem sido atendida por importações, fazendo com que a ociosidade no País continue em níveis preocupantes.
No segmento de resinas termoplásticas, as importações pesaram 25% de toda a demanda nacional no início deste ano. No começo da década de 1990, esse número girava em torno de 5%. A ocupação média da capacidade de produção da indústria química brasileira está estagnada na faixa de 80% nos últimos cinco anos, enquanto o padrão da indústria química internacional varia de 88% a 92%. No caso das resinas, a utilização ficou em 81% no primeiro trimestre deste ano, contra 85% em igual período do ano passado. Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, esses números são resultado da falta de competitividade da indústria nacional, associada, no período recente, por conta da crise internacional, à concorrência com os mercados internacionais. “Como a ociosidade é generalizada nos diferentes grupos acompanhados, no curto prazo, nós teríamos espaço para ampliar a produção, caso ela tivesse uma condição mais competitiva, podendo reduzir parte considerável do volume atual de importações”.
A implementação da Medida Provisória de número 613, que estabelece a desoneração de PIS e Cofins de matérias-primas da 1ª e 2ª geração da cadeia petroquímica, pode aliviar a forte pressão de custos sobre as empresas instaladas no Brasil, bem como dar um fôlego, especialmente no tocante à concorrência com os importados.
Dentre as resinas termoplásticas, destaca-se o policloreto de vinila que, no primeiro trimestre deste ano, teve sua produção aumentada em 19,3%, enquanto suas vendas externas subiram 118%. Fato esse justificado pela recente ampliação da capacidade instalada da Braskem, em Alagoas.
No caso da soma dos polietilenos, o CAN teve considerável alta, de 7,8% nos três primeiros meses do ano; já a produção exibiu recuo de 3,9%. O polipropileno também registrou elevação no Consumo Aparente de 8,9%, para uma produção que cresceu apenas 1,1% no período. Uma parte da explicação para esses resultados pode ser atribuída à formação de estoques, conforme mencionado anteriormente.
O PET teve aumento de 34,2% na produção, mas registrou queda de 36,9% nas exportações no mesmo período. Já no caso do poliestireno, as vendas externas subiram 69,3%, em volume, entretanto a produção registrou queda de 12,3%, o que fez com que o CAN dessa resina registrasse recuo de 13,7% nos três primeiros meses do ano.
O segmento de resinas termoplásticas é representado na Abiquim pela Comissão Setorial de Resinas Termoplásticas (Coplast). O grupo foi criado em 1993, com o objetivo de buscar contínua participação das empresas produtoras de resinas termoplásticas na economia brasileira, dentro de padrões aceitos pela comunidade em geral, pelas entidades ambientalistas e pelos setores públicos, preservando seus objetivos empresariais de atuação competitiva, prioritariamente no mercado nacional e, também, no internacional.
Fonte: Abiplast
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