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UL Dewi do Brasil aposta na energia eólica
O crescimento das energias renováveis no Brasil chama a atenção de diversas empresas em todo o mundo, como a UL Dewi, que já está no país há dez anos. Historicamente, a empresa é ligada ao setor eólico, mas a expansão da fonte solar não passou batida pela alemã, que começou a desenvolver projetos para este segmento cerca de cinco anos atrás. Ambas as fontes são encaradas pela empresa como detentoras de grande potencial para colaborar na diversificação da matriz energética nacional, especialmente em um momento em que as hidrelétricas não atingem todo seu potencial, forçando que outras usinas, mais caras, sejam ligadas, aumentando o custo da energia. O portfólio de serviços da UL Dewi do Brasil inclui certificação de turbinas, verificação de desempenho de parques eólicos e solares, mas a principal linha de atuação é na área de consultoria, passando por todos os procedimentos relacionados a parques eólicos, desde a implantaçao até sua operação e manutenção. O domínio de todo ciclo, obtido ao longo dos vinte cinco anos dedicados ao setor eólico, de acordo com o diretor da empresa, Alexandre Pereira, gabarita a UL Dewi a realizar eventos como o Seminário de Engenharia de Parques Eólicos, que será realizado nos dias 14 e 15, em São Paulo, para operadores, investidores, fabricantes, concessionárias e outros membros do segmento. “É uma oportunidade para quem está no setor se atualizar com as tecnologias usadas, focando em operação e manutenção de parques eólicos, e unindo a visão da indústria ao operador do empreendimento“, afirma o executivo.
Quais os serviços prestados pela UL Dewi?
A Dewi é uma empresa de origem alemã com vinte e cinco anos de atuação no setor eólico, que foi comprada pelo grupo UL. Foi optado por usarmos o nome de UL Dewi por conta do forte posicionamento, de marca forte e internacional, com escritórios em vários países na Ásia, Europa e outras regiões.
Como é a atuação no Brasil?
No Brasil, a empresa já está há dez anos, atendendo o mercado nacional e toda a América do Sul. Trabalhamos como consultoria independente, usando nossa experiência de quem conhece o produto, a engenharia, todos os procedimentos de implantação, operação e manutenção de plantas eólicas. Também temos nossos serviços voltados para quem desenvolve parques eólicos e quem financia esses projetos, prestando assessoria. Por fim, também realizamos certificação de turbinas eólicas, atestando sua conformidade com normas internacionais. É uma garantia para quem compra e também para quem vende, que tem seu produto valorizado.
O mercado de certificações tem demonstrado uma boa demanda?
Estar dentro das normas mostra que foi atendido um padrão de qualidade e que o equipamento irá desempenhar suas funções conforme o esperado. E essa verificação sobre como está o desenvolvimento dos parques eólicos é bastante solicitada pelos operadores desses empreendimentos, então nós avaliamos uma série de fatores dentro dos processos, mitigando os erros e falhas, aumentando o desempenho e estendendo a vida útil da planta. O maior problema, muitas vezes, pode não ser na geração de energia, mas no acúmulo de fadiga, que pode levar as turbinas a falharem.
A empresa trabalha com todas as energias renováveis?
A fonte eólica é a principal linha da UL Dewi, com 25 anos no setor, mas alguns anos atrás também passamos a incorporar serviços no setor solar. Os serviços prestados pela empresa para os dois mercados são muito parecidos, na área de certificação e análise de desempenho.
Todos esses serviços são prestados no Brasil?
Nosso sistema de trabalho é global, com uma equipe internacional de especialistas. Se algum profissional é requisitado para algum projeto e ele não está disponível no país, a empresa traz de fora para suprir essa lacuna. Como as fontes renováveis ainda estão começando a ser desenvolvidas no Brasil, nós estamos trabalhando de acordo com as demandas que surgem.
Como o senhor avalia as iniciativas do governo federal em realizar mais leilões voltados para as fontes solar a eólica?
Essa iniciativa é muito importante, já que os leilões são a ferramenta que movimenta projetos eólicos e solares. Hoje, no Brasil, o custo da energia é proporcional ao custo da sua geração, e ficamos acostumados a baixos preços por conta das hidrelétricas. No entanto, na atual situação, essas usinas não estão suprindo o necessário, forçando a produção energética com fontes mais caras. É preciso desenvolver outras fontes baratas, que não as hidrelétricas. Nesse contexto, a eólica é uma das mais interessantes, pelo seu baixo custo e alto potencial. A solar também é uma opção interessante, em função da importância de diversificar a matriz, além de ser limpa, renovável e ter um ótimo terreno para se desenvolver no Brasil. É estratégico saber balancear as fontes da matriz nacional.
As fontes renováveis devem ser encaradas como energia de reserva ou podem desempenhar um papel mais destacado na matriz energética?
As energias eólica e solar são fontes como quaisquer outras. São bons exemplos a Alemanha e a Dinamarca, que utilizam muito ambas. Esses países tem projetos audaciosos, não vendo motivos para manter essas fontes como coadjuvantes. Foram traçados planos de mudar a matriz energética e as mudanças já estão em curso, com fortes investimentos, visando uma taxa de 50% da geração nacional vindo de parques eólicos e solares. Na Dinamarca, alguns dias do ano registram 100% da demanda nacional por eletricidade suprida pela fonte eólica, mantendo uma média anual em torno de 45%. Como o Brasil tem um potencial enorme para explorar esses segmentos, muito maior que Dinamarca e Alemanha, é preciso que se decida investir na área.
Quais os principais desafios no setor de renováveis no Brasil?
Temos que desenvolver tecnologia própria para o setor de renováveis. Um foco especial para pesquisa e desenvolvimento, com mais pessoas envolvidas nos processos de fabricação de equipamentos, operação e manutenção. Para isso é importante que haja uma combinação de interesses entre o privado e o público, através de políticas governamentais de incentivo, que acabam por beneficiar o país como um todo.
Como a UL Dewi colabora para a ampliação das renováveis, além dos projetos desenvolvidos?
A UL Dewi também organiza eventos para membros da indústria, como o Seminário de Engenharia de Parques Eólicos (marcado para os dias 14 e 15, em São Paulo). Será uma espécie de curso, que já passou por alguns países, chega agora ao Brasil e seguirá para outros lugares, como Espanha, México, Argentina, Chile e Peru. É uma oportunidade para quem está no setor se atualizar com as tecnologias usadas, focando em operação e manutenção de parques eólicos, e unindo a visão da indústria ao operador do empreendimento. A principal mensagem a ser transmitida é que desde a fase de desenvolvimento até a implantação, operação e manutenção, todos os fatores envolvidos no projeto são importantes. O curso da UL Dewi é ainda mais especial por não haver outro que cubra todo o ciclo de vida de projetos para o setor eólico, com toda a engenharia nos mais diversos níveis para garantir o sucesso do parque eólico.
As crises política e econômica estão afetando o ritmo de negócios?
A nossa área tem o diferencial de passar por uma situação específica, onde os projetos não estão sendo interrompidos, fazendo com que o setor não sofra tanto com o momento ruim. Sempre há consequencias, é claro, pois se tratam de investimentos feitos, mas é um setor com vida própria, e tem mantido um nível de atividade normal. Os contratos que já haviam sido assinados seguem sendo cumpridos e outros estão sendo acertados ainda. (Petronotícias)
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