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WEG mira a China para triplicar vendas até 2020
A China é o principal caminho que a WEG pretende seguir para cumprir a meta de chegar a 2020 com uma participação de 60% do mercado externo sobre a receita líquida anual projetada de R$ 20 bilhões para o período. A empresa já vem fazendo aquisições e ampliações de capacidade naquele país, mas tem ainda planos "bastante agressivos para acelerar o crescimento [no mercado chinês]", disse ontem o presidente do conselho de administração do grupo, Décio da Silva, em almoço promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha de Porto Alegre.
A fabricante de motores elétricos e equipamentos para automação industrial, geração, transmissão e distribuição de energia deve encerrar 2015 com 52% da receita líquida proveniente das exportações do Brasil e das vendas das controladas fora do país, previu o empresário. Em linha com os 51,7% observados no primeiro trimestre, o índice previsto supera os 50,6% de 2014 e os 49,7% de 2013. É auxiliado também pela desvalorização do real, assim como consolida a predominância do mercado externo nas vendas da companhia.
O problema é que, por enquanto, apenas 18% da produção da empresa está localizada no exterior e a WEG quer ampliar a internacionalização para escapar de problemas recorrentes no Brasil como alta carga tributária, juros elevados e infraestrutura deficiente, explicou Silva.
"Vamos ter que acelerar mais a fabricação lá fora, em lugares onde o ambiente é um pouco mais propicio para a produção. Com certeza a Ásia tem um destaque importante nisto aí", afirmou.
Conforme o empresário, o grupo ainda é "pequeno" na região que mais cresce no mundo e por isso deve buscar novas aquisições na China e investidas comerciais sobre mercados vizinhos. Em 2013 a WEG anunciou um programa de investimentos de US$ 345 milhões em cinco anos na ampliação da capacidade de produção de motores na China e também no México, considerado o outro "pilar" do crescimento por suprir os Estados Unidos, o maior mercado externo individual para os produtos da companhia.
Com fábricas em onze países nas Américas, Europa, Ásia e África, a WEG teve receita líquida de R$ 7,84 bilhões em 2014 e, apesar das oscilações e dificuldades do mercado doméstico, não esquece da importância do Brasil para cumprir a meta de quase triplicar a receita até 2020, acrescentou o empresário.
De acordo com ele, o foco por aqui está sendo direcionado para os segmentos de energia eólica e solar, além da área de eficiência energética. "O momento é difícil, mas buscamos oportunidades", comentou.
Segundo Silva, a companhia está negociando com o Ministério de Minas e Energia um programa de incentivos para a renovação do parque de motores elétricos da indústria brasileira.
Ele reconheceu que pedir estímulos ao setor "é um grande desafio" num momento em que o governo faz um forte aperto fiscal. Mas disse que as vantagens da proposta são conhecidas pelos técnicos da Eletrobrás e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que o ministério prepara uma consulta pública sobre o assunto.
Os cálculos apresentados pelo empresário mostram que 68% do consumo de energia pelas indústrias "passam" pelos motores elétricos e que a substituição de modelos "antigos" por versões mais eficientes permitiria uma economia de 2,3 gigawatts (GW) em utilização de potência instalada (o equivalente a 1,7% da capacidade de geração brasileira).
De acordo com ele, esta seria uma alternativa para combater o risco de falta de energia no país e custaria R$ 3,2 bilhões, ou apenas 16% do que seria necessário para instalar a mesma capacidade de geração em fonte eólica. (Valor Econômico)
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