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American Petroleum Institute busca certificações no Brasil, mas vê empresas ainda acomodadas


Responsável pela certificação de equipamentos ligados à indústria de petróleo, o American Petroleum Institute (API) abriu um escritório no Rio de Janeiro recentemente, de olho no mercado crescente no país, principalmente me função do avanço do pré-sal. Este foi um dos motivos apontados pela chefe representante do API na América do Sul, Delma Quintanilha, para a escolha do Brasil entre outras opções na América do Sul. De acordo com a executiva, as empresas brasileiras precisam aumentar suas certificações de cumprimentos das normas do API para poder entrar no mercado global, mas muitas ainda não entenderam essa necessidade, por já terem o Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC) da Petrobrás. ”Muitos fabricantes acabaram se acomodando com isso”, diz.

Quais são as atribuições do API em termos de certificação?
O instituto surgiu em 1924 já com essas atribuições de estabelecimento de normas para os equipamentos da indústria de petróleo. Depois, a própria indústria passou a exigir que a associação verificasse se os equipamentos cumprem essas normas. Para fazer essa certificação, foi criado o programa de certificação de equipamentos e de sistema de gestão da qualidade (Monograma).

Como são definidas essas normas?
As normas são definidas por comitês formados por empresas que fazem parte do setor de petróleo e gás. Participam desse trabalho mais de 6.000 voluntários de todas as partes do mundo.  Hoje, o Monograma atende 78 países. Além dos fabricantes, também há outros tipos de normas do API, como para prestadores de serviço e certificação de pessoal.

Por que o instituto achou necessária a presença física no Brasil?
Porque o Brasil tem relevância cada vez maior na indústria do petróleo. Um estudo da Agência Internacional de Energia (AIE) projeta que, em 2035, o país atingirá uma produção de 6 milhões de barris por dia, o que o tornaria o sexto maior produtor do mundo. Como já pretendíamos abrir um escritório na América do Sul, escolhemos o Brasil.

A que se deve o baixo número de certificações da API no Brasil?
Um dos motivos para o fato de muitas empresas ainda não usarem a nossa certificação é o fato de a Petrobrás ter um sistema próprio. Muitos fabricantes acabaram se acomodando com isso. Mas é preciso entender que o mercado mudou e que as empresas estrangeiras querem ver as certificações que atestam a qualidade das brasileiras. Nós trabalhamos para mostrar a importância de cumprir essas normas. Quem quer entrar no mercado global do petróleo, precisa da certificação da API para ter credibilidade internacional. Hoje, a Petrobrás já reconhece as normas do instituto no Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC).

Como a API faz a certificação de produtos importados?
A certificação é feita junto ao fabricante. O produto já é importado com a certificação.

Qual é o risco de uma refinaria utilizar tubos que não têm certificação?
A norma define o modo com que o produto deve ser fabricado. Quem não tiver a certificação pode até estar cumprindo a norma, mas fica sem poder garantir isso ao mercado. A certificação é um atestado de qualidade e, consequentemente, de performance e segurança.



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