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Cadeia automotiva propõe Programa Nacional de Renovação de Frota


De maneira conjunta, dez entidades se reuniram para formatar proposta única para renovação de frota.

Pela primeira vez na história, as principais entidades envolvidas com o transporte rodoviário de carga apresentaram, em conjunto, proposta para o estabelecimento do Programa Nacional de Renovação de Frota. O projeto foi entregue ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na segunda-feira, 25, em Brasília, DF.

Há décadas são apresentados projetos sobre o assunto ao Governo Federal, oriundos de várias entidades e com modelos diferentes. Nunca, no entanto, todas se reuniram em um esforço único e consensual para estabelecer diretrizes básicas da renovação e melhoria da frota brasileira.

Ao todo dez entidades participaram da elaboração do estudo: ANFAVEA, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, CNT, Confederação Nacional do Transporte, FENABRAVE, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Instituto Aço Brasil, INESFA, Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço, NTC&Logística, Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, SIMEFRE, Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários, SINDINESFA, Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço, SINDIPEÇAS, Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, e SMABC, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A primeira etapa do programa será destinada à modernização da frota de caminhões. Atualmente a frota nacional possui cerca de 200 mil caminhoneiros que guiam veículos acima de 30 anos. O motivo de tanto caminhão com avançado tempo de uso é a impossibilidade histórica dos autônomos obterem crédito necessário para a renovação de seu instrumento de trabalho. De acordo com a proposta do programa, os caminhoneiros terão a oportunidade de negociar seu caminhão velho, poluente e inseguro, e adquirir um novo ou seminovo.

Um dos principais pilares que norteiam o programa é a segurança: os caminhões antigos representam 7% da frota total de veículos e estão envolvidos em 25% dos acidentes graves. Espera-se, portanto, que o programa reduza drasticamente este índice e evite milhares de mortes todos os anos, além de reduzir os gigantescos congestionamentos devido à quebra ou acidentes, que só em 2012 geraram custos de R$ 4,9 bilhões ao INSS e ao SUS.

O programa também impactará diretamente a melhoria da qualidade do ar, outro importante pilar da proposta. Entre um caminhão antigo, com mais de 30 anos, e um moderno, com as mais avançadas tecnologias de controle de poluentes, há uma redução de 87% nas emissões de carbono, 81% nas de hidrocarbonetos, 86% nas de óxido nitroso e 95% de materiais particulados. Toda esta evolução contribui e está em linha com a Política Nacional sobre a Mudança do Clima.

Adicionalmente, os caminhões novos – já dentro dos padrões de emissões Proconve P7 – consomem aproximadamente 10% menos diesel que os acima de 30 anos. Como consequência, o Brasil teria uma economia de cerca de R$ 5 bilhões em 10 anos na Balança Comercial, importando menores quantidades deste combustível.

E outra vertente ambiental se refere ainda à destinação dos veículos que sairão de circulação, que passarão por processo de reciclagem para reaproveitamento ou descarte correto de componentes como aço, ferro e resíduos líquidos.

O Programa Nacional de Renovação de Frota prevê a substituição de aproximadamente 30 mil unidades por ano, ao longo de 10 anos. É uma maneira racional de promover a substituição dos antigos, inseguros e poluentes veículos sem criar nenhuma bolha de consumo.



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