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Crescer com o apoio da iniciativa privada
O crescimento sustentável da economia brasileira acima de 4% ao ano depende do aumento de recursos em infraestrutura, seja para reduzir custos, seja para elevar a taxa de investimento. Em 2012, a taxa de formação bruta de capital chegou a 18,1%, inferior aos 19,3% do ano anterior, mas superior aos 13,5% verificados em 2000. Mas é essencial elevá-la para cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos.
Neste contexto, o governo anunciou, nos últimos meses, o maior programa de concessões da área de transportes, que poderá contemplar mais de R$ 200 bilhões ao longo das próximas três décadas. “O Brasil ficou paralisado por décadas nessa frente, o que criou um déficit na área de infraestrutura entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões, o que mostra que teremos de lançar novos programas para reduzir esse fosso”, afirma Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa Brasileira de Planejamento e Logística (EPL), órgão estatal criado em 2012 para planejar a logística nacional.
Serão concedidos dez mil quilômetros de novas ferrovias, nove lotes de rodovias que perfazem 7,5 mil quilômetros de rodovias que cortam oito Estados, dois dos principais aeroportos do país – Galeão (RJ) e Confins (MG), além da criação de um programa de incentivo à aviação regional e da licitação do projeto de trem de alta velocidade (TAV), que interligará São Paulo e Rio de Janeiro. Para atrair o capital privado para estes empreendimentos, o governo alterou regras. Em fevereiro, anunciou mudanças que deverão elevar de 10% para em média 15% a rentabilidade dos principais projetos.
Este pacote de concessões poderá elevar o investimento na área de transporte e estimular uma longa cadeia, de fornecedores de aço e cimento a construtoras. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, estima que, se saírem os projetos de ferrovias e de mobilidade urbana e o TAV, os investimentos anuais possam chegar a R$ 80 bilhões, o que poderia fazer a aplicação de recursos no segmento chegar a 2% do PIB. “Hoje, mal chega a 1%”, afirma. Para o presidente da Abdib, Paulo Godoy, as concessões vão elevar o investimento em transportes de 0,74% para 1,6% do PIB, entre 2011 e 2016. “Esse programa é um dos fatores que devem estimular o crescimento da construção civil em 2013 e 2014”, diz o economista Fabio Silveira, da RC Consultores, que prevê alta de 3% da construção civil neste ano e de 3,5% em 2014. (Revista Especial Logística – Valor Econômico).
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