Os índices de produção e vendas de produtos químicos iniciaram o ano com resultados positivos, como mostra o RAC (Relatório de Acompanhamento Conjuntural) da ABIQUIM. Em janeiro, a produção aumentou 15,94% em relação a dezembro de 2011, e as vendas internas cresceram 22,1% na mesma comparação. O índice de produção de janeiro ficou acima de qualquer outro de mesmo período desde 2007.
No entanto, esses índices tiveram um recuo no acumulado dos últimos 12 meses, sendo que a produção teve queda de 3,3% e as vendas internas de 3,07%.
Em 2011, a importação dos produtos amostrados no RAC teve um aumento de 24,83% na comparação com o ano anterior. “O aumento das importações para atendimento da demanda na ponta vem crescendo e está associado à perda de competitividade da indústria local. Em janeiro, o resultado ficou acima do esperado e, para fevereiro, as expectativas também são positivas. Dado que em fevereiro/março do ano passado ocorreu o apagão no Nordeste, com fortes impactos para a atividade produtiva, é certo que a indústria química terá um primeiro trimestre positivo. Todavia, alguns fatores merecem atenção e um deles está relacionado à falta de competitividade em relação ao preço do gás natural como matéria-prima. Nos Estados Unidos, o preço do gás não para de cair, enquanto no mercado nacional o preço tende até a subir com a atual fórmula de preços”, aponta Fátima Giovanna Coviello, Diretora Técnica de Economia e Estatística.
A utilização da capacidade instalada foi de 86% em janeiro de 2012, subindo cinco pontos em relação a 2011. Mesmo apresentando bom resultado, a ABIQUIM ressalta que a indústria química carece de ações urgentes, de curto prazo, que possam estimular e aumentar o nível de utilização da capacidade, e de medidas estruturantes de longo prazo, que consigam atrair investimentos e fazer com que as propostas do Pacto Nacional da Indústria Química sejam concretizadas.
Ainda segundo o relatório, o índice de preços registrou queda de 2,14% ante dezembro. No entanto, na comparação com janeiro do ano passado, cresceu 8,77%. Esse crescimento é explicado, devido à pressão pelo comportamento do mercado internacional, que agora está se recuperando dos efeitos da crise.
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