Os volumes de produção e vendas internas da indústria química apresentaram uma queda no mês de abril, porém os dados dos quatro primeiros meses do ano são favoráveis, informa o RAC (Relatório de Acompanhamento Conjuntural) da ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química. Na comparação mensal, a produção caiu 15,38% e as vendas internas apresentaram um recuo de 7,62%, em relação ao mês de março. Entretanto, em relação ao primeiro quadrimestre de 2011, o índice de produção aumentou 5,99% e o de vendas internas cresceu 12,08%.
Na avaliação da ABIQUIM, a reposição de estoques em diversas cadeias nos primeiros três meses do ano e a ocorrência de compras preventivas, motivadas pela expectativa de elevação dos preços de derivados do petróleo e da nafta petroquímica no mercado internacional, ajudam a explicar o menor nível de atividade em abril. Além disso, destacam-se a realização de diversas paradas, programadas ou não, para manutenção e também uma instabilidade no fornecimento de energia elétrica na região Sul do País, que também impactaram a produção de algumas empresas.
O volume de importações, que vinha crescendo a um ritmo bastante elevado até o final do ano passado, caiu 14,41% no 1º quadrimestre de 2012 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esta redução, além de estar sendo influenciada pela menor demanda no segmento de intermediários para fertilizantes no início deste ano, também é explicada pela elevação dos preços no mercado internacional e pela valorização do dólar em relação ao real, que devolveu ao segmento um pouco da competitividade que havia sido perdida. Deve-se acrescentar duas questões altamente positivas no período recente que é a manutenção do ritmo de redução da taxa de juros básica da economia, bem como a aprovação no Senado Federal da Resolução 72/2010, que dá um passo importante na eliminação da chamada “Guerra dos Portos” ao unificar as alíquotas de ICMS para produtos importados em 4%, ainda que tenha efeitos só a partir de janeiro de 2013.
Segundo a diretora técnica de Economia e Estatística da ABIQUIM, Fátima Giovanna, todos esses pontos caminham no sentido do aumento da competitividade e, consequentemente, dos níveis mais adequados de produção da indústria química, além de possibilitar a melhora do ambiente para reavaliação de projetos de investimento que poderão vir a ser implementados. “Há, ainda, um ponto importante, que precisa ser equacionado para frear o crescimento das importações e estimular investimentos, que é a questão do preço do gás natural no mercado brasileiro, da ordem atualmente de US$ 12/MMBTU, sem a margem das distribuidoras”, ressalta Giovanna.
O índice de preços subiu 5,59% em abril, influenciado principalmente pelo comportamento no mercado internacional. No acumulado do 1º quadrimestre também houve crescimento, de 4,92%, em relação a igual período do ano anterior. |